Justiça suspende concurso de investigador da Policia Civil de SP; entenda o motivo
Candidatos denunciaram possíveis irregularidades
A Justiça de São Paulo suspendeu o resultado do Concurso Público de Provas e Títulos para o cargo de investigador da Polícia Civil após receber denúncias de supostas irregularidades na prova oral.
Segundo participantes, a prova teria favorecido um curso preparatório, já que as perguntas teriam sido retiradas do material desse cursinho e não foram elaboradas pelo avaliador, contrariando as regras do concurso.
Participantes que tiveram acesso às aulas e textos desse referido curso teriam obtido vantagem sobre os demais. Por isso, as aprovações e reprovações do certame estão paralisadas. As informações são do portal g1.
A irregularidade foi vista por candidatos que pediram acesso aos vídeos das gravações da prova e viram o avaliador retirando perguntas do material do curso.
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Suposto favorecimento e falta de energia
Em decisão publicada na última quarta-feira (20), os elementos revelam "indícios suficientes de que a banca examinadora efetivamente utilizou, no exame oral, material elaborado por curso preparatório e, deste modo, disponibilizado apenas para uma parcela de candidatos, o que implica em aparente favorecimento".
O advogado José da Silva Moura Neto, que ingressou com a ação popular, afirma que utilizar material didático de curso preparatório compromete a igualdade de condições entre os candidatos e viola o princípio da impessoalidade.
"Isso porque a conduta favorece indevidamente aqueles que contrataram o curso preparatório em detrimento dos demais candidatos que não tiveram tal oportunidade", avalia.
Outras irregularidades também teriam ocorrido, como no dia em que candidatos denunciaram que acabou a luz durante a meio da prova e uma avaliadora falou que "não está conseguindo enxergar para formular a pergunta".
Candidatos aprovados e SSP se pronunciam
Ao g1, um representante da comissão que representa os candidatos aprovados disse que as questões são provas já feitas pela Academia de Polícia. O curso preparatório, segundo a contestação, só teria reunido as questões em um material didático.
"Se existisse real favorecimento em razão do cursinho, seria razoável que os aprovados estivessem concentrados especificamente nos alunos matriculados nele. No entanto, diversos aprovados são oriundos de inúmeros outros cursinhos preparatórios, ou mesmo de estudo individual — sem vínculo com o cursinho supostamente favorecido", disse a representação.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que o concurso segue em andamento e que somente o resultado foi afetado pela liminar. A pasta disse ao g1 que "avalia as medidas cabíveis".
Já o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pontuou que a decisão foi para "mantidas as providências com relação às etapas anteriores do certame, determinar que o Estado de São Paulo se abstenha de proceder à homologação do resultado do Concurso Público de Provas e Títulos para o provimento de cargos vagos na carreira de Investigador de Polícia".