Transição tem quase mil atendimentos para tirar dúvidas sobre retomada

Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, procura pelo serviço tem ficado mais direcionada aos protocolos e aos tipos de empresa que podem abrir, seguindo o intuito do projeto

Escrito por Redação ,
Homem carrega sacolas em frente a barracas de feira vazias
Legenda: Pequenos produtores rurais ainda estão sendo impactados pela suspensão de feiras livres
Foto: Fabiane de Paula

Desde o começo do plano de retomada da economia do Governo do Estado, implementado no dia 1º, 969 pedidos de retirada de dúvidas foram atendidos pelo serviço de esclarecimento oferecido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho. Mas a cada dia, segundo Júlio Cavalcante, secretário executivo de Comércio, Serviços e Inovação da Sedet, o número vem caindo, indicando que as pessoas tem assimilado o plano.

No primeiro dia, de acordo com dados repassados pela Pasta, 462 ligações foram atendidas e 60 e-mails foram recebidos pela equipe. Mas os números foram caindo nos dias seguintes, chegando ao patamar de 61 ligações atendidas e 9 e-mails respondidos na última sexta-feira (5).

Segundo Cavalcante, os contatos estabelecidos continham muitas denúncias nos primeiros dias, mas o perfil das ligações e dos e-mails, com o passar do tempo, foi ficando mais direcionado à orientação. Na última quinta-feira (4), cerca de 50% das dúvidas eram sobre os protocolos de reabertura, enquanto 20% eram sobre quais tipos de empresa poderiam reabrir.

"Pelas estatísticas, o foco está cada vez mais voltado às atividades e aos protocolos, e há uma grande participação do comércio varejista, mas também pelo grande número de empresas que existem aqui no Ceará", disse Cavalcante.

O secretário ainda projeta que na próxima segunda-feira (8), deverá haver um novo aumento da procura pelo serviço, já que há a expectativa de que uma nova fase do plano de retomada seja liberado.

"A gente acha que há uma tendência de que a segunda fase seja implementada, pelo que a gente vê pelas notícias e nos dados do IntegraSUS, mas é importante que a equipe da saúde se pronuncie e faça as análises", disse.

Indústria

Para o setor industrial cearense, a fase de transição aconteceu, assim como o plano, de forma gradual. Muitas empresas estavam se ajustando aos protocolos de segurança para poder reiniciar as operações.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, alguns setores reabriram com apenas 20% da capacidade, enquanto que outros chegaram aos 30% previstos no plano.

Cavalcante ainda disse que a expectativa é que, a partir da próxima segunda, todos os segmentos possam retornar com 40% da força de trabalho. Segundo o presidente da Fiec, a primeira semana de reabertura contou com muitas palestras educativas e organização das diretrizes de trabalho, considerando a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs).

"Esta primeira semana foi tranquila. Acredito que essa retomada gradativa é importante para a indústria ter segurança e para que todos os colaboradores possam ficar tranquilos", diz.

Construção civil

Já nos canteiros de obras, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) Patriolino Dias, a primeira semana do plano de retomada teve um processo maior de adaptação.

Ele afirmou que, em conversas com associados, cerca de 40% dos canteiros voltaram, de fato, a operar - seguindo as determinações de ter no máximo 100 pessoas por local de trabalho. Dias lembrou que as empresas ainda estão fazendo os ajustes para garantir a segurança dos funcionários.

"Nesta semana, as pessoas ainda estavam adequando os canteiros, instalando mais lavatórios, adquirindo os EPIs necessários, como máscaras, para que a gente mantenha a segurança dos trabalhadores", disse Dias.

Agronegócio

Para o agronegócio, que não foi impactado pela suspensão de atividades por ser serviço essencial, a fase de transição pode não ter surtido efeito direto, mas ainda impôs resistência à cadeia do setor. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, os pequenos produtores rurais ainda estão sendo impactados porque as feiras livres ainda estão fechadas, reduzindo o fluxo comercial dos produtos.

"Essa situação tem gerado muitos problemas para a agricultura familiar. O pequeno produtor vive da comercialização de produtos perecíveis e, impossibilitado de participar de uma feira, isso gera um prejuízo muito grande", disse.

Movimentação de empresários em busca de informações sobre o plano de retomada das atividades econômicas no Estado é intensa, como demonstram dados da Sedet. Setores se adaptam na transição

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