Projeto mantido pela Petrobras inicia amanhã nova etapa em Icapuí

Escrito por Redação ,
Legenda: Laboratório de mudas ajuda na recomposição dos manguezais e na educação ambiental

Serão inaugurados novos equipamentos para o cultivo de algas marinhas em laboratório

Com a promessa de ampliar o número de comunidades atendidas, o Projeto de Olho na Água inicia amanhã, em Icapuí, a sua terceira etapa, tendo como foco a qualidade na capacitação dos recursos hídricos pelas comunidades litorâneas. Projetos socioeconômicos, como a produção de merenda escolar a partir de algas marinhas, também recebem equipamentos para manejos tecnológicos pioneiros no Estado.

Icapuí tem um dos cada vez mais raros paraísos litorâneos do Estado (embora sejam mais de 500km de costa), menos sofrido pela especulação imobiliária e consequente degradação ambiental causada pela chegada de novos empreendimentos. Não escapou a essa "descoberta", mas a instalação do Projeto de Olho na Água, há cinco anos, tem ajudado na permanência das comunidades tradicionais em seus territórios, por meio da própria conscientização de gestão ambiental pelos povos do mar.

O projeto se ancora em três diretrizes: planejamento e gestão ambiental, desenvolvimento socioeconômico sustentável e mudança de atitude. Começou com a realização do diagnóstico ambiental da planície costeira e os vínculos das comunidades com os ecossistemas e águas do mar e da terra.

Educação ambiental

A instalação da Estação Ambiental Mangue Pequeno, um centro de referência para ações de monitoramento e recuperação ambiental do Mangue da Barra Grande, é também um espaço de educação ambiental para crianças das comunidades. Além de terem aulas, fazem o replantio de espécies nativas dos mangues.

O Banco de Dados é um lugar onde se produz e é procurado um acervo de pesquisas e publicações científicas, gerado pela demanda de conhecimento e riqueza que a planície costeira de Icapuí possui. Está à disposição o "Atlas Icapuí-CE", um mapeamento biológico e geológico do território, material único no Brasil, distribuído nas escolas de rede pública municipal.

Foi implantado programa de captação, armazenamento e gestão das águas pluviais e de saneamento básico sustentável de baixo custo, com o saneamento de cinco comunidades (Ponta Grossa, Requenguela, Barrinha, Retiro Grande e Córrego do Sal), a construção de 442 cisternas e 425 canteiros biosépticos (fossas biológicas), um processo de descontaminação e cuidado com a água consumida.

Esporulação de algas

Principal eixo de preservação do bioma marinho e de geração de renda das comunidades costeiras é o cultivo sustentável de algas marinhas, aumentando o banco natural e fomentando pesquisa inédita no Brasil, a técnica de esporulação de algas, que produz mudas da planta em laboratório, evitando que se extraia do banco natural.

Atividades socioeconômicas de baixo impacto ambiental, como o cultivo sustentável de algas marinhas e a criação das abelhas nativas jandaíra, garantiram uma nova perspectiva para os moradores. O projeto Mulheres de Corpo e Alga tem propiciado a produção de iogurtes de algas marinhas para abastecimento na merenda escolar, gerando renda para as mulheres de pescadores. A essas ações soma-se o apoio às atividades de turismo de base comunitária, as trilhas em Unidades de Conservação, melhoria e na gastronomia.

Alternativa sustentável

Antes do projeto, as comunidades dependiam quase exclusivamente da pesca. Hoje, um litro de mel de Jandaíra a aproximadamente R$ 100 é renda extra no bolso das famílias produtoras. "Icapuí depende de água nos lençóis freáticos, sendo grande a demanda. A água que vinha era imprópria, então a criação de canteiros sépticos, com a captação de água da chuva por meio das cisternas, ajudou a manter famílias, que passaram a garantir o mínimo de sobrevivência", afirma Leinad Carbogim, coordenadora do Projeto de Olho na Água e diretora da Fundação Brasil Cidadão, entidade que executa o programa patrocinado pela Petrobras. Ela diz ter registrado evasão de famílias por conta da falta de água, mas que retornaram após beneficiadas pelo projeto.

O lançamento da terceira etapa do evento, amanhã, contará com a presença do Gerente Executivo de Responsabilidade Social da Petrobras, Armando Tripodi, de gerentes regionais da empresa e representantes das comunidades. Cerca de 1.485 pessoas são diretamente beneficiadas pelo Projeto, ampliado para as comunidades de Nova Belém, Olho D'água e Vila Nova.

Mais Informações: 
Projeto de Olho na Água Estação Ambiental Mangue Pequeno - 
Praia de Requenguela Icapuí - 
CE Telefone: (85) 8601-2944
 

Melquíades júnior
Repórter

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