Morre Ebrahim Raisi, presidente do Irã, em queda de helicóptero
Outras autoridades também estavam na aeronave, como o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, que também faleceu na ocasião
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos em um acidente de helicóptero no nordeste do País, anunciou o governo local nesta segunda-feira (20). Além dele, estavam na aeronave outras autoridades, entre elas o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, que também faleceu na ocasião.
O líder supremo da nação islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, — cargo que atua como árbitro final sobre assuntos internos e externos e tem mais poder que o presidente, conforme a CNN —, designou o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, como gestor interino e decretou cinco dias de luto.
Eleito em 2021, Raisi era considerado um dos nomes favoritos para suceder Khamenei, de 85 anos. Com a morte dele, abre um período de incerteza política no Irã, país influente no Oriente Médio, no momento em que a região é abalada pela guerra na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, grupo aliado da República Islâmica.
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Acidente de helicóptero e morte
Agências de notícias e sites de informação anunciaram a morte do presidente horas após a localização dos destroços da aeronave.
O helicóptero em que Raisi viajava desapareceu na tarde de domingo (19), quando sobrevoava uma região montanhosa do Irã, entre as cidades de Varzaqan e de Jolfa, na província do Azerbaijão Oriental, conforme informações da agência de notícias da República Islâmica (IRNA). No momento, as condições meteorológicas eram consideradas difíceis, com chuva e neblina intensa.
Ao longo do dia, a esperança de encontrar o político e os outros passageiros com vida foi reduzindo.
Além do presidente, na aeronave também estavam nomes de outro líderes locais, como o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, 60 anos, o governador da província do Azerbaijão Oriental, o principal imã da região, o chefe de segurança do presidente e três integrantes da tripulação.
As equipes de emergência recuperaram os corpos dos passageiros nesta manhã de segunda-feira. "Estamos transportando os corpos dos mártires para Tabriz", uma grande cidade do noroeste do país, anunciou o Crescente Vermelho.
Última mensagem antes de morrer
Raisi viajou no domingo à província de Azerbaijão Oriental para inaugurar, ao lado do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, uma barragem na fronteira entre os dois países.
Na entrevista coletiva conjunta, Raisi expressou novamente seu apoio ao Hamas contra Israel. "Consideramos que a Palestina é a primeira questão do mundo muçulmano", declarou.
Em uma mensagem de condolências, o movimento islamista palestino agradeceu o "apoio à resistência palestina".
O Hezbollah libanês pró-Irã também prestou homenagem a Raisi, que chamou de "protetor dos movimentos de resistência".
Quem era Ebrahim Raisi
O presidente, que título de aiatolá, comandava o Executivo da República Islâmica desde 2021.
Considerado um político ultraconservador, Raisi foi eleito em 18 de junho de 2021 no primeiro turno de uma eleição marcada por uma taxa recorde de abstenção e pela ausência de uma oposição significativa.
Sempre vestido com turbante e um longo casaco religioso preto, Raisi sucedeu o moderado Hassan Rohani.
Ele tinha o apoio da principal autoridade do país, o aiatolá Ali Khamenei, que no domingo enviou uma mensagem de calma à população e garantiu que a morte não provocará "nenhuma perturbação" na administração da nação.
O guia supremo designou o vice-presidente, Mohammad Mokhber, como presidente interino, "de acordo com o artigo 131 da Constituição", enquanto o país aguarda a organização de eleições presidenciais em um prazo máximo de 50 dias.