Aproxima-se a Pecnordeste, maior feira da agropecuária da região nordestina. Ela será realizada nos dias 6, 7 e 8 do próximo mês de junho, ocupando todos os espaços dos dois pisos dos pavilhões Leste e Oeste do Centro de Eventos do Ceará. Neste ano, a Pecnordeste baterá todos os seus recordes de público, de expositores e de estandes comercializados (a demanda foi maior do que a oferta por esses espaços). E pensar que, três anos atrás, ela se restringia a pouco mais de meia dúzia de empresas expositoras e não mais do que três mil visitantes. Então, o que houve?
Houve, primeiro, uma radical troca de comando na Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), uma entidade amorfa, que apenas cumpria a legislação que rege a atividade do chamado Sistema S, sem qualquer influência política junto aos públicos interno (os produtores rurais) e externo (as instituições públicas e privadas). Sem força para impor-se diante de quem trabalha e produz no campo e, mais ainda, sem prestígio para estabelecer uma relação respeitosa e firme com as autoridades dos governos federal e estadual, a Faec dormitava na rotina da inércia.
Em novembro de 2021, a maioria dos sindicatos rurais filiados à Faec, rompendo uma lamentável tradição de reeleições, levou à presidência da entidade o produtor rural Amílcar Silveira e, junto com ele, o discurso de que a agropecuária cearense mudaria de rumo e de atitude. Dito e feito. Hoje, a Federação da Agricultura e Pecuária compõe com a Federação das Indústrias – onde também se deu o aprofundamento das mudanças promovidas pelas gestões anteriores – um dueto que deu musculatura política ao empresariado do Ceará.
Em dois anos e quatro meses de mandato, Amílcar Silveira fez uma revolução na Faec. Para começar, transformou o produtor rural na figura mais importante da entidade e da cadeia da agropecuária estadual. “Ele é o nosso chefe, o nosso patrão”, diz e repete ele em todos os auditórios. A sede da Faec virou ponto permanente de encontro dos agricultores e pecuaristas de todo o Ceará, que recorrem ao seu comando para o encaminhamento de suas questões, sejam elas pequenas ou grandes.
A nova Faec e o universo dos produtores rurais cearenses estarão visíveis em sua grande vitrine pública, que é a também nova Pecnordeste, que ganhou dimensão de feira nacional, e aqui está um exemplo: sua edição deste 2024 teve fila de espera para a aquisição de espaços para a instalação de estandes de empresas nacionais e multinacionais que apresentarão seus produtos e serviços.
Ontem, os carcinicultores Cristiano Maia, da Samaria Camarões, e Gentil Linhares, da Bomar, informaram que o Espaço do Camarão, uma novidade da Pecnordeste deste ano, mostrará o rápido desenvolvimento da carcinicultura no Ceará, que hoje é atividade principal de alguns milhares de empreendedores que, antes, se dedicavam à agricultura. Cristiano e Gentil não têm dúvida de que o futuro próximo da carcinicultura cearense “é um só: crescer, crescer e crescer”.
Carlos Prado, que apoia a Pecnordeste desde o seu nascedouro, é um entusiasta da feira. Sua empresa, a Ceará Máquinas Agrícolas (Cemag) ocupará, novamente, um dos seus maiores estandes, no qual exibirá seus mais novos implementos, lançados há 15 dias na Agrishow, onde suas vendas alcançaram R$ 8,5 milhões.
O governador Elmano de Freitas, que acompanha com interesse o crescimento da agricultura empresarial e familiar do Ceará, presidirá a cerimônia de abertura da Pecnordeste 2024, que terá, como atração artística, o agropecuarista sul-mato-grossense Almir Sater, um dos mais celebrados compositores, cantores e violeiros do Brasil, cujas músicas já foram tema de filme e novela. Sater é um apaixonado pelo agro – nas suas três fazendas em Mato Grosso do Sul, ele cria gado bovino da raça Senepol, muito resistente ao calor.
No último dia da Pecnordeste – para a qual estão aguardadas 60 mil pessoas nos seus três dias – a atração será o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, uma das maiores autoridades brasileiras do agro, que falará sobre o cenário de hoje e de amanhã da agricultura e da pecuária.