Projeção do IPCA para 2020 permanece em 4,39% no Focus do Banco Central

Há três semanas, o IBGE informou que a inflação de novembro foi de 0 89%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 4,31

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Gráfico de Inflação
Legenda: A projeção para o IPCA em 2022, seguiu em 3,50%. Em 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções já eram de 3,50% e 3,25%, respectivamente
Foto: Divulgação

Os economistas do mercado financeiro terminam o ano mantendo a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o indicador oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (28), pelo Banco Central, mostra que a projeção mediana para o IPCA neste ano permanece em alta de 4,39%.

Há um mês, estava em 3,54%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,37% para 3,34%. Quatro semanas atrás, estava em 3,47%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções já eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação está acima do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5 00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Há três semanas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro foi de 0 89%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 4,31%.

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Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 também continua em 4,34%, como na semana anterior. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 3,41%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,51% e 3,40%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,52%, ante 3,50% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,50%, ante 3,38% de quatro semanas antes.

A projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos cinco dias úteis foi de 4,43% para 4,39%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 51 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,65%.

Essa projeção surge na esteira do anúncio da retomada do sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz em dezembro, com taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh. Devido à pandemia do novo coronavírus, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vinha praticando a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra.

No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos cinco dias úteis foi de 3,35% para 3,34%. Há um mês, estava em 3,56%. A atualização no Focus também foi feita por 51 instituições.

PIB
Os economistas mantiveram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e a expectativa para a economia este ano continua em retração de 4,40%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 4,50%.

Para 2021, o mercado financeiro alterou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,46% para 3,49%. Quatro semanas atrás, estava em 3,45%. 

Já a projeção para a produção industrial de 2020 seguiu em baixa de 5,00%. Há um mês, estava em baixa de 5,03%. 

Para 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 5,00%, mesmo número de quatro semanas antes

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 65,20% para 65,00%. Há um mês, estava em 66,20%. Para 2021, a expectativa foi de 67,00% para 66,60%, ante 68,44% de um mês atrás.

Selic
As projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021 aponta que a mediana das previsões no próximo ano passou de 3,00% ao ano para 3,13% ao ano. Há um mês, estava em 3,00%.

Para 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, seguiu em 6,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.

Há três semanas, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) preparou o terreno para possível elevação dos juros em 2021. O motivo é que as projeções de inflação estão se aproximando das metas perseguidas pelo BC nos próximos anos. A avaliação é de que a instituição poderá acabar com o chamado forward guidance (ou prescrição futura, na tradução do inglês).

Adotado em agosto, o forward guidance é uma indicação técnica do BC de que não pretende elevar os juros se a inflação seguir sob controle e o risco fiscal não se alterar. O problema é que, nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais salgada, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia.

Ao avaliar o cenário, o BC afirmou que "em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas". Na prática, se retirar esta mensagem técnica de suas comunicações, o BC ficará mais livre para elevar os juros se achar necessário.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2021 foi mantida em 3,00% ao ano, ante 2,50% de um mês antes.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, seguiu em 4 75%, igual a quatro semanas antes.

Câmbio
Na esteira da queda mais recente do dólar ante o real, o Relatório Focus mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana no fechamento de 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,15 para R$ 5,14, ante R$ 5,36 de um mês atrás.

Para 2021, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 5,00, ante R$ 5,20 de quatro pesquisas atrás.

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