Preços dos alimentos devem ter alta de até 2% após reajuste do frete rodoviário

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou na última terça (19) novos pisos mínimos para o transporte rodoviário de cargas

Escrito por Ingrid Coelho ,
Legenda: As tabelas de piso mínimo de frete terão um aumento médio que varia de 0,87%, para operações com veículo automotor de alto desempenho, a 1,96%, carga lotação
Foto: Reinaldo Jorge

O reajuste da tabela dos pisos mínimos para o frete rodoviário de cargas, aprovado na última terça-feira (19) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), não deve gerar um impacto expressivo no bolso do consumidor.

Nos alimentos, a expectativa é que a mudança se traduza em uma elevação de 1% a 2% nos preços ao consumidor final, conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado do Ceará (Setcarce), Marcelo Maranhão.

Veja também

De acordo com ele, o reajuste anunciado já era esperado e vinha sendo negociado no setor, mas não atende às necessidades do caminhoneiro autônomo.

Maranhão avalia que hoje ainda há uma espécie de “sobra” na oferta de frete, porque o mercado ainda não voltou ao patamar pré-pandemia. Mas ele ressalta que o número de caminhoneiros autônomos teve uma queda de 24%, portanto, em uma eventual retomada mais forte da economia, setor produtivo e consumidores podem sofrer os impactos dessa redução.

“Em 2019, nós tínhamos cadastrados na ANTT 1,1 milhão de autônomos. Hoje, esse número caiu para 800 mil caminhoneiros, então é uma redução de 24% na oferta. Hoje, essa oferta ainda é muito boa, mas se a economia reagir, vai faltar transporte”, pontua o presidente do Setcarce.

Reajustes

As tabelas de piso mínimo de frete terão um aumento médio que varia de 0,87%, para operações com veículo automotor de alto desempenho, a 1,96%, com carga lotação.

O reajuste dos pisos mínimos do frete rodoviário considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de dezembro de 2021 a junho de 2022 e a variação do valor do óleo diesel S10 conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O presidente do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Heitor Studart, avalia que a tendência é de normalização do preço do frete rodoviário.

“A oferta está alta demais. A retomada da economia está começando, mas nós ainda não atingimos patamares de antes da pandemia, então a oferta de fretes, tanto em relação ao setor patronal quanto no meio autônomo, está alta”, explica Studart.

Ele acredita, portanto, que mesmo com a atualização da tabela será possível encontrar preços “bem razoáveis no mercado”.

Vale-pedágio

O presidente do Coinfra da Fiec também avalia que a normatização do Vale-pedágio contribui para esse cenário de estabilização. “Hoje o setor patronal arca com o vale-pedágio, que era um custo muito grande”.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados