Mais acessível, mercado de ações pode garantir rendimento maior
Embora ainda tenha imagem vinculada a grandes investidores, o mercado de ações pode ser acessado por praticamente todos os perfis
Com a queda da taxa básica de juros (Selic) e perspectivas de que ela fique em torno de 8% ao ano até 2022, conforme preveem economistas consultados pelo Banco Central (BC), os investimentos em renda fixa, embora mais seguros e menos voláteis, não devem oferecer grandes retornos aos investidores como em anos anteriores, quando a Selic estava em 14% ao ano. Assim, o investidor que quiser obter maior rentabilidade terá de correr mais riscos, investindo, por exemplo, em ativos de renda variável.
Apesar de ainda ter uma imagem vinculada a grandes investidores, o mercado de ações pode ser acessado por praticamente todos os perfis. Hoje, por exemplo, o pequeno investidor pode abrir uma conta em uma corretora de valores e negociar ativos sem cobrança de taxas.
"Muitas corretoras não cobram taxas de corretagem. E para cada perfil é possível montar uma carteira", explica o assessor de investimentos Elísio Medeiros.
"Com a partir de R$ 100, já é possível investir no mercado de ações que, hoje, tem empresas com um retorno médio de cerca de 20% ao ano".
Para investidores mais conservadores, Medeiros recomenda montar uma carteira de dividendos, composta por empresas que, periodicamente, distribuem seus lucros com os acionistas. "Mas é preciso saber que o desempenho dessas empresas vai depender da economia do País", alerta o assessor.
Já para aqueles que preferem ter seu dinheiro em aplicações consideradas mais seguras, como na renda fixa, o assessor recomenda que pelo menos uma pequena parcela do montante dos investimentos seja direcionada à renda variável.
Fundos imobiliários
Além das ações de empresas, Elísio Medeiros avalia que o ano de 2019 deverá ser também favorável para os fundos imobiliários, cujas cotas são negociadas da mesma forma que as ações, mas que costumam pagar proventos ao investidor mensalmente.
"O fundo imobiliário é para quem quer geração de renda", diz Medeiros. "É uma forma de investir em imóveis, receber o dinheiro do aluguel e ficar com capital líquido, sem ter preocupação com inquilino. Normalmente, os fundos investem em lajes comerciais, shoppings, galpões logísticos e remuneram o cotista a uma taxa de 0,6% ou 0,7% ao mês, como num aluguel convencional", explica.
Uma das vantagens dos fundos imobiliários sobre o investimento direto em imóveis é que os proventos são isentos de Imposto de Renda. "É possível dizer que os fundos imobiliários, que são menos voláteis do que as ações, são para pessoas com um perfil de menos risco. Mas, no longo prazo, o reinvestimento dos proventos vai fazer uma grande diferença no patrimônio".
Cearenses na Bolsa
Atualmente, o Ceará é 12º estado brasileiro com maior número de investidores no mercado de ações no País e o terceiro do Nordeste, com mais de 12,3 mil pessoas, atrás da Bahia e de Pernambuco. Ao todo, os investidores cearenses detêm R$ 1,8 bilhão na Bolsa, o que corresponde a 0,79% do valor total investido pelos brasileiros no mercado de capitais.
Expectativas
Como a maioria das aplicações em renda fixa tem rendimento atrelado à taxa Selic ou à inflação, as empresas listadas na Bolsa se tornaram mais atrativas para pequenos e grandes investidores. Além disso, a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, em torno de 2,5%, deverá impactar positivamente no desempenho das companhias, especialmente aquelas voltadas para o mercado interno.
Para o assessor de investimentos Elísio Medeiros, se o projeto de reforma da Previdência do Governo for aprovado, a expectativa é que o Ibovespa (principal índice da bolsa brasileira) chegue a 125 mil pontos no fim do ano, o que representaria um avanço superior a 30%. "Os investidores têm visto a possibilidade de aumentar seus rendimentos aportando um pouco do seu portfólio no mercado de ações", diz o consultor, ao lembrar que, desde dezembro, a Bolsa subiu 14%.
Como a maior parte das aplicações em renda fixa tem rendimento atrelado à taxa Selic ou à inflação, as empresas listadas na bolsa se tornaram mais atrativas para pequenos e grandes investidores