Investimento em tecnologia deve ser foco do Ceará no pós-pandemia, diz Ataliba

Em webinar, o secretário executivo da Seplag pontuou investimentos feitos no Estado e perspectivas para a retomada. Evento também contou com a participação da secretária executiva de Vigilância e Regulação, Magda Almeida

Escrito por Lívia Carvalho ,
Legenda: Ceará deve ter maior investimento em tecnologia, como a instalação do cabo de fibra óptica que conecta o Brasil a Europa
Foto: Helene Santos

Com o avanço da atividade econômica após a segunda onda de Covid-19, a perspectiva para o crescimento do Estado nos próximos vai ser baseada em investimento em tecnologia, de acordo com Flávio Ataliba, secretário executivo da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).  

O secretário participou na manhã desta sexta-feira (30) de webinar sobre a situação epidemiológica atual do Ceará e o processo de retomada da economia com Magda Almeida, secretária executiva de Vigilância e Regulação.  

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"Nossa carteira de investimento continua sendo o que estava posto no Plano Plurianual (PPA). Mas os serviços remotos certamente vão ocupar grandes espaços daqui para frente, então nosso esforço é investir em tecnologia para atender à população de forma mais eficiente”, aponta Ataliba.  

Além disso, segundo Ataliba, há um empenho adicional no sentido de trazer investidores para as áreas que o estado desponta como potencial, como o Hub de Hidrogênio Verde, data centers, entre outros.

A retomada se faz necessária com os índices que demonstram a queda de renda da população, bem como o nível de desemprego. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que, no estado, houve um aumento de 95,2% da proporção de extremamente pobres entre maio e novembro de 2020, ou seja, com renda mensal per capita inferior a R$ 145.  

Esforços individuais e coletivos 

Embora o avanço da abertura das atividades esteja se dando por uma queda nos níveis da Covid-19 e pela continuidade do processo de vacinação, a situação ainda requer cuidado, especialmente com a chegada da variante Delta no estado, com quatro casos confirmados nessa quinta-feira (29).  

Economia é comportamento. No caso que estamos vivenciando, o sucesso de voltarmos mais rápido ao desempenho econômico depende muito das pessoas. Se as pessoas não se comportam de forma adequada, acaba tendo reflexo na atividade econômica e o governo tem que tomar decisões mais antipáticas
Flávio Ataliba
Secretário executivo do Planejamento e Gestão

A secretária Magda Almeida pontua que, apesar do Estado estar pronto caso ocorra uma terceira onda, o ideal é evitá-la.

“Vai ficar mais difícil para a gente recuperar a economia, estamos nos esforçando para que não haja um alastramento. Não é uma logística fácil, os profissionais da saúde não aguentam mais”.  
Magda Aldemia
secretária executiva de Vigilância e Regulação

Além disso, os cuidados se mostram ainda mais necessários tendo em vista o atraso no envio das doses por parte do Ministério da Saúde. “Não vai ser possível concluir a vacinação com D1 em agosto, pois não existe estoque de vacina. Não avançamos mais porque não chegou vacina. Já questionamos o ministério, mas ainda não obtivemos resposta”, alega Almeida.  

Responsabilidade fiscal 

Com mais de R$ 1,5 bi empenhados em investimento entre 2020 e 2021, o Estado teve um volume aplicado, somente no ano passado, 4,6% maior do que o valor investido pelo estado de São Paulo, em termos per capita.  

Ataliba atribuiu isso à capacidade fiscal do Ceará empregada nos últimos 12 anos. “Quase 50% desse volume está ligado a recursos do tesouro. Se nós não tivéssemos uma situação fiscal responsável, não teríamos condição financeira suficiente para ter recursos no combate na Covid-19 por meio também de ações sociais”.  

Por isso, o estado já alcançou neste período uma aceleração de crescimento superior ao Nordeste e ao Brasil, conforme dados do Banco Central. Para Ataliba, isso é fruto dos investimentos realizados em 2020 e 2021, que fortalecem a retomada das atividades econômicas. 

“Estamos otimistas com essa retomada. A pandemia nos trouxe novos desafios e aquele estado que conseguir se adaptar de forma mais rápida, certamente terá mais velocidade na recuperação. A gestão precisa se adequar a esta nova realidade”.  
Flávio Ataliba
secretário executivo da Seplag

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