Insumos de gráficas ficam até 225% mais caros na pandemia

Flutuação de matéria-prima impacta custos nas campanhas políticas

Escrito por Redação ,
Legenda: Mesmo com alta de preços, a demanda das campanhas em 2020 se manteve no mesmo patamar de eleições passadas

Seguindo a tendência de muitos produtos durante a pandemia, alguns insumos que abastecem a indústria gráfica ficaram mais caros nos últimos meses. Um deles, o adesivo perfurado, utilizado na confecção de adesivos para carro, teve o preço elevado em cerca de 225%, segundo estimativa do presidente do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará (Sindgrafica-CE), Fernando Hélio Martins Brito.

Ele explica que, por ser 100% fabricado no exterior, e pelas incertezas de quando ocorreriam as eleições, grande parte das importações foi cancelada. "Muitas vezes, atrelam a disparada dos preços à indústria gráfica, mas não é o que acontece. Os distribuidores não sabiam se as eleições iriam acontecer neste ano, então cancelaram os pedidos. Só que as eleições se mantiveram e o estoque ficou muito reduzido, de forma que o preço subiu com a demanda das campanhas", diz.

Brito revela que, antes do aumento de preço, as gráficas compravam o metro quadrado de adesivo perfurado por cerca de R$ 8, valor que passou para R$ 26. Outra justificativa para a elevação dos preços é a alta do dólar.

Demanda

Apesar de mais caros, o presidente do Sindgrafica-CE garante que a demanda está em patamares parecidos com os de eleições passadas. Ele também indica que o impacto no orçamento das campanhas não foi tão grande, tendo em vista que apenas o adesivo perfurado apresentou alta.

"O adesivo perfurado é usado para fazer adesivos de carro, que são confeccionados em menor quantidade. É diferente dos santinhos, que são feitos milhares. Então, por mais que esteja mais caro, o volume não impacta tanto nas campanhas", detalha.

Considerado uma espécie de 13º salário do setor, as eleições deste ano irão ajudar a reduzir as perdas registradas durante a pandemia. Brito aponta que a atividade passou quase três meses parada. "Todo mundo está cheio de pedidos, contratando temporários".

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