Focus: projeção para IPCA 2020 sai de 1,77% para 1,78% e segue em 3,00% para 2021

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Relatório Focus do Banco Central
Legenda: Relatório de Mercado Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central
Foto: Agência Brasil

Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira (8), pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,77% para 1,78%. Há um mês, estava em 1,63%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

O relatório trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3 25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 seguiu em 1,64%. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 3,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,58% e 2,89%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,48%, igual a um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3 25%, igual a quatro semanas antes.

Últimos 5 dias
Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, a projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 1,77% para 1,78%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 45 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 1,65%.

No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,00% para 2,99%. Há um mês, estava em 2,99%. A atualização no Focus foi feita por 44 instituições.

Outros meses
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em agosto de 2020, de alta de 0,19% para avanço de 0,21%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava alta de 0,08%

Para setembro, a projeção no Focus foi de alta de 0,18% para 0 19% e, para outubro, foi de alta de 0,26% para 0,29%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,17% e 0,24%, respectivamente.

No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses seguiu em 3,00% de uma semana para outra há um mês, estava em 2,90%.

PIB 2020 sai de queda de 5,28% para recuo de 5,31%  
Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,28% para queda de 5,31%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,62%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

No Focus divulgado nesta terça-feira, 8, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 7,35% para queda de 6,38%. Há um mês, estava em declínio de 7,87%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 5 65% para 5,33%, ante 4,42% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 66,70% para 67,00%. Há um mês, estava em 67,50%. Para 2021, a expectativa foi de 69,48% para 69,83%, ante 69,83% de um mês atrás.

Déficit primário
O Relatório de Mercado Focus trouxe hoje alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 11,63% para 11,70%. No caso de 2021, foi de 2,62% para 2,60%. Há um mês, os porcentuais estavam em 11,66% e 2,84%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 passou de 14 80% para 15,00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, foi de 6,10% para 6,25%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,25% e 6,50%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

Balança Comercial
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, em superávit comercial de US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era a mesma. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 53,40 bilhões para US$ 53,35 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,35 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 6,96 bilhões para US$ 8,10 bilhões, ante US$ 6,21 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 15,30 bilhões para US$ 15,60 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 15 60 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,75 bilhões. Para 2021, a expectativa foi de US$ 64,00 bilhões para US$ 65,48 bilhões, ante US$ 65,96 bilhões de um mês antes.

Câmbio para fim de 2020 permanece em R$ 5,25 
O Relatório  mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 5,25, ante R$ 5,20 de um mês atrás. Para 2021, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio permaneceu em R$ 5,00, valor igual ao de quatro pesquisas atrás.

Projeção de Selic segue em 2,00% em 2020
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. A mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 seguiu em 2,88% ao ano ante 3,00% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, ante 4,90% de um mês antes. Para 2023, permaneceu em 5,75%, ante 6,00% de quatro semanas atrás.

No início de agosto, ao cortar a Selic de 2,25% para 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".

Em função disso, conforme o BC, "eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva."

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 foi de 1 75% para 1,88% ao ano, ante 1,88% de um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 2,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 foi de 4,50% para 4,25%. Há um mês, estava em 4,50%. No caso de 2023, foi de 5,88% para 5 75%, ante 5,75% de quatro semanas antes.

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