Dólar recua ante real pela 3ª sessão e fecha a R$ 3,12

Nas três últimas sessões, a divisa acumulou queda de 5,13%

Escrito por Reuters ,

Após trocar de sinal pelo menos oito vezes durante a sessão, o dólar terminou esta terça-feira em queda pelo terceiro dia seguido, com investidores ponderando as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre o programa de intervenções da autoridade monetária no câmbio.

A moeda norte-americana caiu 0,57%, a R$ 3,1275 reais na venda, depois de recuar 1,68% na mínima da sessão e subir 0,89% na máxima. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 700 milhões de dólares. Nas três últimas sessões, a divisa acumulou queda de 5,13%.
 
A participação de Tombini em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado ocupou o centro das atenções. O presidente do BC afirmou que o programa de intervenções no câmbio é importante em um momento de normalização da política monetária norte-americana, mas ao mesmo tempo repetiu que o atual estoque de swaps cambiais já dá conta da demanda por proteção cambial.
 
A maior parte dos agentes financeiros consultados pela Reuters acredita que a interpretação mais plausível é que o BC pretende acabar com as intervenções diárias no câmbio, mas rolar integralmente os contratos que vencerão nos próximos meses. Mas essa avaliação não vinha sem uma boa dose de dúvidas. O operador Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti, viu nas declarações uma "dualidade".
 
Combinados com o dado de recuperação dos preços ao consumidor norte-americano em fevereiro, que colocou de volta na mesa a possibilidade de uma alta de juros nos EUA em junho, esses ruídos levaram o dólar a anular a queda vista no início da sessão e passar a operar em alta ante o real. "O mercado está muito sensível, então qualquer frase mais direta acaba fazendo um estrago", disse um operador de uma corretora internacional.
 
O mercado digeriu ainda a decisão de segunda-feira da agência de classificação de risco S&P, divulgada após o fechamento do câmbio à vista, de afirmar a nota soberana do Brasil em "BBB-", com perspectiva estável, citando as mudanças na condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
 
Mais tarde, contudo, o dólar voltou a cair, após Tombini afirmar que o BC poderia manter o nível atual de swaps cambiais em circulação, equivalente a cerca de 115 bilhões de dólares, por "dez, vinte anos".  
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