Desemprego tem recuo no Estado, aponta IDT

Avaliação leva em consideração o crescimento de 1,87% na economia do Ceará em 2017

Escrito por Redação Diário do Nordeste ,

A trajetória recente do desemprego e as principais motivações para o seu declínio no Estado do Ceará, no ano de 2017, foram os objetos de estudo realizado pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). O trabalho “Declínio do desemprego no Ceará, em 2017: motivações principais” foi divulgado ontem e aponta quatro pontos principais que explicam a situação.

O analista de Mercado de Trabalho do Sistema Nacional de Emprego/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), Mardônio Costa, que assina o estudo, explicou que analisou os dados desde o ano de 2012 para chegar ao diagnóstico do que levou o Ceará a se destacar na diminuição do desemprego no ano passado.

“Analisamos o comportamento do mercado de trabalho do Estado, mais especificamente, de 2012 até 2017, destacando, principalmente, a situação de redução do desemprego no Ceará ao longo do ano de 2017 e investigando as motivações para essa redução”, disse o analista do Sine/IDT.

O cenário encontrado pelo pesquisador foi o de crescimento do desemprego principalmente no auge da crise política e econômica pela qual o País passou, a partir de 2015, e uma tendência leve de retomada do rumo no fim do ano passado. “A gente sabe que, até o primeiro trimestre de 2017, estávamos com o desemprego em alta, desde 2015, tanto no Brasil quanto no Estado. Essa crise do emprego, em função da retração econômica, aconteceu nos anos de 2015 e 2016. E em 2017, a gente começa a perceber um cenário um pouco diferente, a economia passa a recessão, o Brasil cresceu 1% e o Ceará 1,87%. E esse crescimento favoreceu, amenizando essa problemática do desemprego, mas de forma superficial, lenta e gradual”, apontou Costa. 

O analista de Mercado de Trabalho detalhou os quatro pontos diagnosticados como principais para o que ocorreu no Ceará. 

“O primeiro ponto para a redução do desemprego foi o crescimento da economia do Estado, de 1,87%, praticamente o dobro da média nacional. O segundo motivo é que houve expansão das oportunidades de trabalho, embora muito focalizadas no setor informal. A outra motivação foi que, além desse crescimento da ocupação, ele foi mais forte que o número de pessoas que entraram no mercado de trabalho. Ou seja, o número de novas ocupações geradas foi superior, cresceu mais rápido que a entrada das pessoas na força de trabalho. E por último, o crescimento da massa salarial no Estado, estimado em torno de R$ 5 bilhões, no último trimestre de 2017. A massa salarial cresceu 12% quando comparada com a massa salarial do último trimestre de 2016”, elencou.

Ritmo

Se em 2017 a tendência era de retomada, o início conturbado deste ano – com direito a uma nova crise política batendo às portas do Palácio do Planalto com a crise dos combustíveis e a paralisação dos motoristas de caminhões –, gera certa incerteza e resulta em maior parcimônia quanto à criação de empregos.

“Agora em 2018, o ritmo da atividade econômica foi abaixo do esperado. Tivemos, para piorar esse cenário, toda essa problemática. O prejuízo para a economia, as incertezas políticas, tudo isso mudou um pouco o cenário que a gente tinha traçado. E isso impacta no mercado de trabalho. De qualquer maneira, os resultados vêm explicar um pouco essa conjuntura e não deixa de trazer dados relevantes na medida em que mostra que houve uma reversão do comportamento do desemprego notadamente em função do ritmo de atividades econômicas do Estado do Ceará”, completou.

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