Caixa leiloa 750 imóveis retomados por inadimplência no Ceará

Juntas, as unidades correspondem ao valor de R$ 187,4 milhões. Corretores de imóveis e imobiliárias interessadas em participar das vendas têm até a próxima quinta-feira (10) para fazer o cadastramento no site da Caixa

Escrito por Redação ,
fotografia
Legenda: Investimentos em imóveis são beneficiados com corte dos juros e maior oferta de linhas de crédito.
Foto: Gustavo Pellizzon

Um estoque de R$ 187,4 milhões correspondente a cerca de 750 imóveis adjudicados em todo o Ceará serão leiloados pela Caixa Econômica Federal. A adjudicação consiste na retomada do imóvel que foi financiado e não pago.

Para o mutuário perder o imóvel para a instituição financeira, basta atrasar três parcelas do financiamento. De acordo com Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), a retomada do imóvel acontece somente após a segunda oferta do imóvel à praça, sem que a compra seja efetuada por terceiros.

A venda desses imóveis é uma grande oportunidade para corretores e imobiliárias. Mas para participar dos leilões, eles têm até esta quinta-feira (10) para se cadastrar no site da Caixa.

Todo o processo é feito de forma virtual, "A venda dos imóveis adjudicados é bem transparente. É mais um nicho de mercado para os corretores de imóveis. Os descontos chegam a 80% do valor real do imóvel, além de condições diferenciadas, como financiamento de até 95% do valor do imóvel", revela a corretora de imóveis Bia Pontes, coordenadora do Convênio Cofeci-Caixa.

Ela destaca vantagens relacionadas à documentação dos bens. "Os imóveis da Caixa são juridicamente perfeitos, com toda a documentação em ordem. A Caixa também assume os débitos de condomínio e impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)". E no caso de imóveis ocupados, "o novo comprador vai estar ciente de que o imóvel está em estado de uso e ocupação e que ele terá que arcar com as custas do processo, muitas vezes, judicial".

Mas a corretora não acredita que a ocupação do imóvel seja impedimento para a venda. "A desocupação não é uma objeção, pois o perfil do comprador é a aquisição para investimento: uma oportunidade de comprar imóveis de qualidade a um preço abaixo do valor de mercado".

Riscos

Para o economista Lauro Chaves, conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), como em qualquer negócio, o investidor precisa se cercar de certos cuidados. "Os imóveis que vão a leilão exigem que o comprador seja assessorado por especialistas, tanto para visitar os imóveis e fazer uma avaliação correta, como na área jurídica para verificar os aspectos referentes à documentação", alerta.

Um cuidado importante ao comprar um imóvel adjudicado é em relação à desocupação dele. É praxe os bancos transferirem ao novo proprietário a tarefa de desocupar o imóvel ainda ocupado pelo antigo, o que, em muitos casos, é necessário recorrer ao Poder Judiciário. Assim, os especialistas recomendam que o comprador tenha uma reserva para cobrir as questões judiciais, caso se façam necessárias.

Modalidades

Para recuperar o valor que o mutuário inadimplente não pagou, a instituição bancária pode recorrer a três alternativas: o leilão, a concorrência pública e a venda direta. O leilão é a opção inicial e principal, antecedida de edital que esmiúça o processo de negociação. No primeiro e segundo leilão, o imóvel adjudicado é alienado para o participante que fizer a melhor oferta pública (leilão) ou em envelope fechado (concorrência pública).

Quando o imóvel não recebe ofertas em leilão, nem na fase seguinte (de concorrência pública), ele será arrematado pelo primeiro valor ofertado, desde que não seja inferior ao estipulado no edital.

Newsletter

Escolha suas newsletters favoritas e mantenha-se informado
Assuntos Relacionados