Apesar de queda em comparação a 2021, apartamentos compactos têm tendência de crescimento

Dados do Secovi mostram que houve redução de venda e lançamentos desse tipo de empreendimento em relação ao ano passado, que foi destaque do segmento

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
Legenda: Os apartamentos compactos são construídos em áreas nobres da cidade e oferecem serviços no prédio
Foto: Kid Júnior

O ano passado teve recorde de lançamento e vendas de empreendimentos imobiliários com metragem inferior a 45m², os considerados apartamentos compactos. Apesar de os resultados de 2022 ainda indicarem queda perante 2021, a tendência do segmento é de crescimento para os próximos anos, conforme nomes do setor imobiliário.  

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Conforme dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis, Flats, Incorporadoras, Condomínios Residenciais e Comerciais e Shoppings (Secovi-CE), foram vendidas 1.481 unidades de apartamentos compactos em Fortaleza e Região Metropolitana entre janeiro e julho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 1.721 apartamentos, representando uma queda de 13,95%

Apesar da redução, o diretor de compra e venda do sindicato, Kalil Otoch, destaca que esse tipo de imóvel tem tido uma procura acentuada nos últimos anos, diante de um contexto de famílias menores e pessoas que moram sozinhas e priorizam localização e serviços ao tamanho da planta. 

Esses apartamentos, cujas metragens chegam a até 21 m², ficam localizados em áreas nobres da cidade e dispõem de uma robusta área comum, com comodidades como coworking, lavanderia compartilhada, academia, salão de festas e áreas de lazer.  

Queda em 2022 

Além da queda no número de unidades vendidas, o Secovi também registrou redução no valor do volume de vendas e no número de unidades lançadas entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado. 

Enquanto no ano passado foram vendidos R$327,79 milhões em apartamentos de até 45 m², em 2022 foram R$274,15 milhões. Foram lançadas 1.279 unidades de janeiro a julho de 2021 e 1.124 no mesmo período deste ano. 

Kalil Otoch explica que esses números não demonstram uma tendência específica desse tipo de empreendimento. Segundo ele, houve queda total no número de imóveis vendidos em Fortaleza e Região Metropolitana, mas que a proporção dos apartamentos compactos se manteve a mesma entre um ano e outro. 

É um tipo de investimento para a pessoa adquirir, é um nicho de mercado que está cada vez mais se concretizando. As pessoas hoje querem praticidade, são apartamentos super tecnológicos, com tudo eletrônico, com áreas comuns com coworking, salão de reuniões. É um imóvel para negócios e tem muita área de lazer. A tendência é de apartamentos compactos”
Kalil Otoch
Diretor de compra e venda do Secovi

Ele destaca que os empreendimentos costumam mesclar apartamentos de diferenças metragens, aliando as unidades menores com apenas um quarto ou em formato de estúdio com imóveis de até dois quartos, que conseguem comportar uma família.  

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, destaca que a maioria dos lançamentos do setor imobiliário está prevista para o segundo semestre do ano, podendo haver um diferente cenário no comparativo dos dados consolidados entre um ano e outro. 

“A gente acredita que esse ano serão lançados mais empreendimentos do que no ano passado, no primeiro semestre geralmente se lança menos que no segundo. A procura dos compactos aumentou bastante, essa queda é em relação ao semestre, não é anual”, projeta. 

Boa absorção 

Conforme Patriolino, o mercado tem absorvido bem os apartamentos compactos que foram lançados. O sindicato calcula que desde 2019 foram lançados 13 empreendimentos do tipo em Fortaleza, com 1094 unidades. Destas, 974 já foram vendidas. 

Essa tendência continua forte e tende a aumentar, pois reflete o estilo de vida contemporâneo, típico dos grandes centros urbanos, em que se valoriza a boa localização com infraestrutura e a funcionalidade e modernidade dos imóveis”
Patriolino Dias
Presidente do Sinduscon

Ele afirma que a demanda para esse tipo de imóvel na Capital é tanto para imóveis médio como para alto padrão, alguns com vagas de garagem e outros até sem vagas, já que não há a exigência de aprovar 1 vaga para cada unidade. 

Para além dos compradores que pretendem morar no imóvel, esse tipo de apartamento também chama atenção de investidores, que compram para alugar por temporada. É o que também aponta Kalil Otoch. 

“Abrange um público morador, investidor. São locais bem estratégicos, perto de tudo. No J Smart, por exemplo, a pessoa que comprou para investir já está com um rendimento muito bom, aluguel de até R$ 3.000”, cita. 

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