Ceará ultrapassa marca de 1 milhão de segundas doses aplicadas contra a Covid-19

Número equivale a 58,8% das primeiras doses aplicadas (D2) nos 184 municípios

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Vacina da astrazeneca contra a covid-19 em uma seringa
Legenda: Ao todo, o Estado aplicou 2.756.358 doses
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As segundas doses (D2) contra a Covid-19 aplicadas no Ceará ultrapassaram a marca de 1.020.942 na segunda-feira (31), última atualização do Vacinômetro da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). O número corresponde a 58,8% das primeiras doses (D1), que chegam a 1.735.417 administradas nos 184 municípios. 

Ao todo, o Estado aplicou 2.756.358 doses somando o acumulado das quatro fases do Plano Nacional de Imunização (PNI) para enfrentamento do novo coronavírus. 

Pelo cronograma da Sesa, a última etapa da vacinação começou oficialmente no último sábado (29) com a imunização de professores das redes pública e privada, seguindo a ordem de prioridade: creches, pré-escolas, ensinos fundamental, médio e profissionalizante, além de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Superior. 

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Já os trabalhadores do setor aeroportuário começaram a ser imunizados em Fortaleza nessa terça-feira (1º), quando a Prefeitura também fez um mutirão para imunizar 1.500 profissionais das forças de segurança e salvamento. 

Antes disso, porém, a Capital já havia antecipado a quarta etapa do PNI imunizando pessoas em situação de rua no dia 24 de maio. A este público, a gestão disponibiliza o Caminhão do Cidadão, que realiza a emissão de CPF, necessário para se vacinar. 

Outros grupos da 4ª fase

  • Funcionários do Sistema de Privação de Liberdade;
  • População privada de liberdade;
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros; 
  • Trabalhadores de transportes metroviário, ferroviário, aquaviário e aéreo;
  • Caminhoneiros; trabalhadores portuários e industriais,
  • Trabalhadores da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Enquanto isso, os remanescentes dos outros grupos prioritários, como idosos, pessoas com comorbidades,  gestante e puérperas seguem sendo vacinados de forma simultânea. 

Alegria dos vacinados

Para a agente comunitária de saúde Lia Costa, 52 anos, receber a D2 foi um momento de extrema alegria. “A sensação de estar resguardada é muito boa. Você tá imunizada já dá um pouco de segurança, mesmo sabendo que não é 100% eficaz, mas já deixa a gente muito mais protegida do que sem, né?”.

Lia recebeu a primeira dose da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, no mês de fevereiro e a segunda dose em 1º de março. No entanto, mesmo imunizada, ela continua seguindo - como recomendado por especialistas - as medidas de proteção contra o vírus, como o uso de máscaras e o isolamento social. “Afinal, mesmo vacinado a gente precisa tá se cuidando”.

lia costa recebendo a vacina
Legenda: Agente comunitária de saúde Lia Costa, de 52 anos, sabe que, mesmo com as duas doses da vacina, cuidados sanitários seguem necessários
Foto: Arquivo pessoal

Já a jornalista Winy Moraes, que possui comorbidade, tomou a primeira dose da vacina AstraZeneca no mês de maio e tem aguardado ansiosamente pela D2. “Devo ser chamada em agosto e até lá fico na expectativa para estar 100% imunizada. É importante tomar as duas doses, já vi gente achando que com a primeira já está imune”.

Winy relata ainda que, após receber a D1, o coração está repleto de esperanças. “Não existe sentimento melhor, foi um mix de emoções. Acredito em dias melhores, acredito na ciência e que em breve vamos conseguir imunizar a todos”.

winy moraes recebendo a vacina
Legenda: Jornalista, Winy Moraes aguarda ansiosamente pela D2
Foto: Arquivo pessoal

“Apesar de já estar vacinada, fico na expectativa pelos meus familiares, amigos e todos que ainda estão na fila. Sinto falta de reunir as pessoas que amo, fazer aquela festa, mas por enquanto o nosso gesto de amor é ficar longe. Em breve vamos comemorar juntos, eu acredito”.

Processo de vacinação

Na análise do imunologista e professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edson Teixeira, atingir a marca de 1 milhão de segundas doses aplicadas no Estado é “fruto de um esforço muito grande no processo de vacinação”.

“É um número a se comemorar, mas também deve-se perseguir mais vacinas para que a gente atinja um percentual ainda maior de pessoas imunizadas em menor tempo, visto que infelizmente esses números ainda representam 11% da população do Estado”.

Além disso, o especialista destaca que, conforme foi observado na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, é necessário chegar a um índice de 75% das pessoas vacinadas com as duas doses para “sentirmos efetivamente um efeito de mudança na pandemia”. A vacinação em larga escala realizada em estudo na cidade paulista resultou na redução de 95% do número de óbitos causados pela Covid-19. 

Teixeira explica que isso acontece a partir do bloqueio do processo de propagação viral. Isso é: a partir do momento em que o vírus não encontrar mais indivíduos suscetíveis para continuar a se propagar na população, a situação pandêmica tenderá a diminuir.

O professor da UFC esclarece também que, na área da imunologia, os indivíduos só são considerados imunizados de duas a três semanas depois de completado o esquema vacinal. “Então, precisamos acelerar muito o processo de imunização se não teremos a possibilidade de, após o surgimento de outras variantes, sofrer ainda mais com essa crise sanitária”.

“Até agora, as variantes não reduziram muito a eficácia das vacinas, mas pode ser que apareça alguma nova que diminua a potência dos imunizantes que estão disponíveis e, como nós identificamos essas variantes depois, é preciso que nós mantenhamos todos os cuidados”, frisa Edson.

Vacinação da população em geral

A Comissão Intergestores Bipartite do Ceará (CIB-CE) decidiu ainda terça-feira que a vacinação da população em geral de 18 a 59 anos, iniciará ainda neste mês de junho forma escalonada por idade e em ordem decrescente. Isto deverá acontecer após o cumprimento de 90% das metas das quatro fases prioritárias do PNI.

Em Fortaleza, o prefeito Sarto Nogueira já havia antecipado que este público mais abrangente poderá ser imunizado já a partir da próxima semana. Isso porque, a gestão municipal estima concluir até o próximo sábado (5), a vacinação de comorbidades, trabalhadores da educação, profissionais da segurança pública, agentes aeroportuários e pessoas em situação de rua. 

Nesta quarta-feira (2), mais 243.250 doses da vacina AstraZeneca chegarão ao Ceará, em voo previsto para chegar às 10h30. E um lote com 24.570 doses da vacina da Pfizer chega ainda esta semana, segundo anúncio do governador Camilo Santana. 

 

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