Em meio ao cenário de imunização no Ceará, o Estado enfrenta o aumento de casos da Covid-19 e a chegada da nova cepa. Conforme o secretário de Saúde, Dr. Cabeto, em entrevista ao Diário do Nordeste, na manhã desta quarta-feira (24), a transmissão da nova variante deixa de ocorrer somente com a chegada de pacientes de Manaus. Já podendo ser classificada como transmissão comunitária, indicando que a mutação circula entre as pessoas, independente de terem viajado ou não para a região Norte .
“Isso é muito importante saber, porque essa transmissão, esse tipo de cepa, está relacionado com um comportamento epidemiológico diferente”, aponta. Com a mutação do novo coronavírus, análises realizadas pela pasta apontaram que os pacientes apresentam um maior tempo de internação durante a segunda fase da doença, em que são registradas inflamações e pneumonias.
“Essa segunda fase é mais longa. Anteriormente, estávamos entre 7 e 10 dias, nós já estamos falando em até 14 dias. Isso aumenta ainda mais o risco e sobrecarrega o sistema assistencial”, coloca.
Ao todo, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) investiga 190 casos notificados da variante, tendo encaminhado para análise do sequenciamento viral. Já tiveram 27 ocorrências analisadas, apresentando a confirmação da doença em cerca de 7 em cada 10 casos. No entanto, o número ainda não pode ser definido porque as análises precisam ser consolidadas.
“A ideia é que o sequenciamento seja feito dentro do Ceará, nos próximos meses, para que o Estado monitore isso. Para a pandemia, essa informação é fundamental”, diz Cabeto.
Variante do novo coronavírus
No dia 8 de fevereiro, a Pasta da Saúde confirmou os três primeiros casos da variante oriunda de Manaus, no Amazonas. Duas pessoas eram viajantes, mas a terceira era uma contactante, residente no Estado, já podendo caracterizando transmissão comunitária.
Especialistas alertam que mutações do coronavírus podem ocorrer a partir da maior circulação de pessoas. Em decorrência disso, medidas mais restritivas foram adotadas pelo recente decreto do Governo do Estado, como toque de recolher após 22h e a instalação de barreiras sanitárias entre Fortaleza e a Região Metropolitana.
Compra de Vacinas
Buscando aumentar o ritmo da vacinação contra Covid-19 no Ceará, o titular da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Dr. Cabeto, apontou a possibilidade da compra de doses diretamente com laboratórios internacionais, caso as empresas possuam estoque disponível. A transação seria realizada sem o intermédio do Ministério da Saúde, podendo acontecer já em abril.
Porém, a compra ainda depende da aprovação do projeto de lei 534/2021, que propõe a permissão da aquisição de vacinas contra o coronavírus por empresas privadas, estados e municípios. A proposta foi apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na última terça-feira (23).
Até ontem (23), a Sesa calcula ter aplicado 318.726 doses no Ceará, sendo 264.251 na primeira dose (94,1% do quantitativo de doses distribuídas foram aplicadas) e 54.475 receberam a segunda dose.