Catálogo Coleção Fundação Edson Queiroz será lançado nesta segunda-feira (26), em SP

Organizado em dois volumes, o Catálogo Coleção Fundação Edson Queiroz terá seu lançamento no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo

Escrito por Redação ,
Legenda: Produção da carioca Beatriz Milhazes: "Folha de figo" (2013)

A contribuição da Fundação Edson Queiroz para o cenário artístico brasileiro e internacional ganha uma publicação arrojada. O "Catálogo Coleção Fundação Edson Queiroz" será lançado hoje, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo. O evento contará com a presença da presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz Rocha. Na ocasião, o historiador Pedro Corrêa do Lago, do Rio de Janeiro, fará a palestra "Uma coleção excepcional".

Legenda: "Retrato de Dom Pedro I" (1829), de Simplício Rodrigues de Sá

O catálogo oferece uma dimensão precisa da coleção. E situa como as obras já circularam por vários espaços expositivos do Brasil e do mundo, além da programação do Espaço Cultural da Universidade de Fortaleza (Unifor). A publicação reúne informações sobre 870 obras de arte, distribuídas em 864 páginas. São dois volumes, organizados pelas Edições Pinakotheke, cabendo à historiadora Aracy Amaral e à curadora Regina Teixeira de Barros a coordenação dos textos críticos.

Legenda: "Figuras sobrepostas" (1926), do artista paraense Ismael Nery

"Este acervo é um presente da Fundação Edson Queiroz à população brasileira, que tem acesso gratuito a obras de grandes artistas nacionais e estrangeiros nas exposições no Espaço Cultural Unifor", ressalta a presidente da instituição, Lenise Queiroz Rocha.

A relevância que a Coleção vem adquirindo no cenário artístico é evidenciada pelo número crescente de obras referenciais para a história da arte brasileira generosamente cedidas para exposições em todo o território nacional.

"Assim, é preciso reconhecer que o ideal de democratização que alicerçou a criação do acervo vem se consolidando de forma ampla e efetiva, e sua circulação contribui de maneira exemplar para a renovação do debate sobre a história da arte no Brasil", destaca Aracy Amaral, acrescentando que "o catálogo constitui, sem dúvida, um forte instrumento de caráter cultural e educacional e, agora, disponível para críticos, curadores e estudantes e todos os amantes da arte em geral".

Em edição bilíngue (português e inglês), o primeiro volume debruça um olhar sobre diversos contextos da produção artística, segundo a avaliação de vários críticos de arte.

Inspirados na história da arte brasileira, os textos críticos trazem este recorte: "A partir de Fortaleza, Ceará" (Aracy Amaral e Regina Teixeira de Barros), "Um breve panorama da arte no Brasil do descobrimento ao princípio de Século XX" (Giancarlo Hannud), "Artistas viajantes na Coleção Fundação Edson Queiroz" (Júlio Bandeira), "A imagem de um país. O figurativismo na pintura brasileira da primeira metade do Século XX" (André Toral), "Abstração, concretismo e neoconcretismo" (Marcio Doctors), "Escultura no Brasil, Século XX" (Maria Izabel Branco Ribeiro) e "A invenção do contemporâneo" (Moacir dos Anjos). As críticas são ilustradas por 220 imagens.

Cinco séculos

O segundo volume contém 870 obras, divididas em 12 núcleos, envolvendo cinco séculos da história do Brasil. A iconografia está distribuída em 432 páginas, e cada obra se encontra detalhada conforme a ficha técnica, informações de bibliografia e o seu circuito de exposições.

Os 12 núcleos estão editados nesta sequência: "Século XVII", "Século XVIII", "Século XIX", "Artistas Viajantes", "Modernos", "Abstratos", "Escultores", "Contemporâneos", "Estrangeiros", "Arte Popular", "Fotografia" e "A Fundação Edson Queiroz e a Arte no Ceará".

Para Max Perlingeiro, editor do trabalho, o segundo volume da publicação é uma espécie de "catálogo raisonné" (um memorial descritivo) das 870 obras artísticas.

A edição do Catálogo Coleção Fundação Edson Queiroz durou cerca de seis anos. Perlingeiro observa que era necessário levantar informações para facilitar a consulta aos estudantes, curadores, historiadores e demais pesquisadores interessados na história da arte.

"É uma fonte primária muito preciosa. Essa coleção sempre esteve em constante aquisição. Antes de o catálogo ficar pronto, uma boa parte do acervo já foi mostrada na Itália e em Portugal. E com certeza outras referências (de circulação da obra) virão", reflete o editor.

Legenda: "Noite de São João" (1947), de Alberto da Veiga Guignard

Ceará

Max destaca o capítulo dedicado à história da arte no Ceará, abordada pela edição. Ele observa a contribuição da Coleção da Fundação Edson Queiroz nesse movimento. Todas as exposições já realizadas no Espaço Cultural da Unifor, por exemplo, tiveram obras reproduzidas nas publicações. "Dos salões que foram iniciados por meio do pioneirismo do seu Edson Queiroz às obras que fizeram parte das edições da Unifor Plástica, todas estão reunidas no catálogo", especifica o editor. Durante os seis anos de produção, o trabalho de edição acompanhou, segundo Perlingeiro, as novas aquisições da coleção.

Ambos os volumes saem atualizados e representam, conforme o editor, "o ponto zero para uma futura ampliação da coleção, criando-se compêndios para alimentar um banco de dados", complementa.

Exterior

Depois de ceder obras da Coleção Fundação Edson Queiroz para mostras temporárias em museus mundo afora, sobretudo em países da Europa e nos Estados Unidos, a Instituição passou a organizar as próprias exposições internacionais.

De 27 de outubro de 2017 a 12 de fevereiro deste ano, por exemplo, a exposição "Modernismo Brasileiro na Coleção da Fundação Edson Queiroz" aconteceu no Museu Coleção Berardo, em Lisboa (Portugal). A mostra contemplou 76 obras de diversas vertentes do período do Modernismo Brasileiro.

Após a temporada na capital portuguesa, a mostra chegou ao prédio da Embaixada do Brasil em Roma (Itália), de 1º de março a 5 de maio de 2018. Três ambientes foram ocupados por obras de artistas brasileiros ou radicados no País. O recorte contemplou 40 anos de produção artística no Brasil.

Quem deseja conhecer mais o precioso acervo, poderá conferir a exposição "Da Terra Brasilis à Aldeia Global", em cartaz no Espaço Cultural Unifor e que traça um perfil histórico do Brasil por meio de 274 obras do valioso acervo da Fundação Edson Queiroz.

No período de 20 de março a 7 de outubro deste ano, a mostra já atraiu 30.658 pessoas. Esse acervo é hoje utilizado por professores e alunos de escolas públicas e privadas para conhecer e aprender, gratuitamente, um pouco mais da história do Brasil por meio da arte.

Números:

870

Obras estão reunidas na edição

864

Páginas compõem os dois volumes

12

Núcleos de produção artística estão representados

6

Anos para desenvolver a edição da obra

2

Volumes do catálogo

Serviço:

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Catálogo Coleção Fundação Edson Queiroz
Lançamento da publicação nesta segunda (26), às 19h, no Instituto Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149, Bela Vista, São Paulo/SP). Contato: (85) 3477.3239

Espaço Cultural Unifor

De terça a sexta, de 9 às 19h, e sábado e domingo, de 10h às 18h. Entrada gratuita.
Contato: (85) 3477.3319
 

 

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