Após encontros, presidente volta a descartar privatização do BNB

Romildo Rolim confirmou que esteve reunido com secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, mas disse que encontros serviram apenas para apresentar e debater os resultados e frentes de atuação do banco

Legenda: Diretoria do BNB esteve reunida com as lideranças do varejo cearense ontem

Apesar de ter se encontrado três vezes desde o início deste mês com o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, afirmou que não foi colocada diante da diretoria da instituição financeira qualquer possibilidade de privatização ou de fusão do BNB com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como se especulou há alguns meses. "Não foi colocado de agenda dentro do banco por ninguém do Governo a privatização, junção do banco e esses conceitos", reforçou.

De acordo com Romildo Rolim, as três oportunidades junto ao representante do Governo Bolsonaro serviram para que a diretoria do banco mostrasse os números da instituição e as frentes nas quais vem trabalhando. "Nossa conversa foi muito positiva. Nós estamos próximos (ao Governo) e o que a gente ouve é sobre continuar fazendo o nosso trabalho, ampliando a eficiência do banco", destacou. Um estudo de impacto da atuação do BNB está sendo preparado para este ano.

Uma das especulações em torno do banco diz respeito à negociação de cargos para garantir a aprovação da reforma da Previdência. Provocado sobre as indicações políticas para ocupar cadeiras estratégicas na instituição, Rolim disse que "cabe a quem está no banco seguir fazendo a gestão com responsabilidade. "Se existe a interferência política, eu não sei. O que existe é a escolha de pessoas para a gestão de empresas e eu acho que aí tem que trabalhar dentro dos perfis", disse.

No currículo do Banco do Nordeste estão resultados como uma carteira com quatro milhões de clientes ativos, 292 agências nos 11 estados de atuação (45 no Ceará). Para o Estado em 2019, a contratação de R$ 3,4 bilhões com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) é uma das principais metas. No Ceará, cerca de R$ 800 milhões devem ser utilizados só pelo Comércio e Serviços, de acordo com dados da instituição financeira.

Varejo

Um dos setores mais importantes para o BNB, o comércio não esconde a aflição quanto ao futuro do banco. Lideranças do varejo no Ceará estiveram reunidas ontem (22) com o presidente da instituição e membros da diretoria para uma conversa sobre os resultados de 2018 e a apresentação de demandas, sobretudo, representantes do varejo no interior do Estado.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro, revelou preocupação diante da efervescência de especulações envolvendo o BNB. "Até agora, não temos nada de concreto. Isso é o que nos incomoda, porque não sabemos. Quando a gente aperta, há um silêncio e tudo indica que não vai ter problema, mas a equipe econômica não fez uma manifestação concreta de que o banco será preservado", disse, frisando a relevância da instituição para o varejo. "Como é que nós não vamos ficar preocupados se 50% dos recursos do FNE são para o varejo?", questionou.

Durante o encontro, realizado na sede da FCDL, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Fortaleza), Assis Cavalcante, também revelou receio. "O suspense quanto ao destino do banco tem amedrontado nós todos".

Alvo de especulações, o Banco do Nordeste não deve passar por fusão ou privatização, de acordo com o presidente da instituição, Romildo Rolim, que esteve reunido com o Ministério da Economia.

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