Médico cearense ganha premiação em São Paulo com pesquisa oncológica

Pesquisador iniciou desenho do estudo ainda no Ceará, em 2013

Escrito por Redação ,
Caio venceu a categoria “Pesquisa em Oncologia” do 11º Prêmio Octavio Frias de Oliveira
Legenda: Caio venceu a categoria “Pesquisa em Oncologia” do 11º Prêmio Octavio Frias de Oliveira

Titular do trabalho científico, o médico cearense Caio Abner Leite, 34, venceu a categoria “Pesquisa em Oncologia” do 11º Prêmio Octavio Frias de Oliveira, de São Paulo, com um estudo sobre uma célula do sistema imune e o desenvolvimento do câncer colorretal. A premiação, que ocorreu de forma online nesta quarta-feira (5), é promovida pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), junto com o Grupo Folha.

Graduado na Universidade Federal do Ceará (UFC), Caio explica que deu os primeiros passos no desenho da pesquisa ainda em território cearense, sob orientação do oncologista também cearense Ronaldo Ribeiro, que faleceu em 2015.  “Essa pesquisa foi realizada em várias instituições. Desenvolvi totalmente em Ribeirão Preto, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, na USP, com orientação do médico Fernando Cunha, e em São Paulo (capital), junto com o oncologista Vladimir Cordeiro”. 

O objetivo do trabalho era entender os mecanismos que uma inflamação grave poderia interferir no desenvolvimento do câncer colorretal, ou câncer de intestino, conforme explicou Caio. “Nas pesquisas em laboratórios, as pessoas e os camundongos que tinham uma inflamação grave ficam com defeito no sistema imunológico, com atividade antiinflamatória. Isso fazia com que os tumores já estabelecidos se desenvolvessem de forma mais acelerada e as pessoas e os camundongos morriam mais”, explica. 

Contudo, “a imunologia do câncer é muito complexa e a gente começou a ver que esse mesmo defeito imune poderia causar uma inibição total, prevenindo o surgimento de câncer que não tinha sido formado ainda”.

Futuro

Segundo o médico, no Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias da USP-RP há mais estudos com mecanismos semelhantes, com relação às células T reguladoras (Treg), produzidas no ‘defeito imune’ citado, que de forma paradoxal, se mostraram eficazes em inibir a formação do câncer. “O que a gente pretende, em breve, é tentar entender se isso, realmente, é eficaz e de que forma. Mas tudo de forma ainda experimental”, explica.

“Hoje existe uma nova modalidade de tratamento chamado de imunoterapia. Eles fazem com que o organismo passe a combater o câncer, porque a doença consegue ‘se esconder’ das células do sistema imune. Essa célula (Treg) é uma célula importantíssima no processo, então estudá-la pode trazer um novo tratamento ou fazer com que a própria imunoterapia fique ainda mais eficaz”, pontua. 

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