Camilo estuda benefícios fiscais para manter usina

Governador quer que a Petrobras reverta decisão de encerrar a produção em Quixadá e vai recorrer a aliados

Escrito por Redação ,
Legenda: Anuncio de que a produção da usina seria encerrada foi dado pela estatal na última sexta-feira (7) e deve impactar na região e na vida dos funcionários e terceirizados da indústria
Foto: Foto: Fabiane de Paula

O governador Camilo Santana vai negociar a concessão de incentivos fiscais com a Petrobras para evitar que a Usina de Biodiesel de Quixadá tenha a produção encerrada, como anunciou a estatal na última sexta-feira (7). Um levantamento sobre quais tributos seriam mais pertinentes e também o impacto deles sobre o caixa do Estado foi preparado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e entregue ao chefe do Executivo estadual, mas o conteúdo ainda não foi revelado.

>Desemprego preocupa comércio de Quixadá

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, quando apresentou estatística sobre o combate à violência no Ceará, Camilo afirmou que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, havia informado que a estatal estaria se desfazendo de alguns ativos no Brasil inteiro, incluindo os poços de petróleo e outras posses da companhia em território cearense, porém a Usina de Biodiesel de Quixadá não estava incluída nesta lista, anunciada anteriormente.

Saída do CE

O governador disse ainda que já havia se colocado à disposição para oferecer incentivos fiscais a fim de evitar que a empresa saia de Quixadá. "Até porque o Estado investiu ali, o Estado construiu acesso, construiu adutora para garantir água, oferecendo algumas condições necessárias na época. É um programa importante para o Brasil e nós vamos fazer de tudo para evitar essa saída", justificou.

De acordo com o governador, que aguarda reunião com representantes da Petrobras para discutir o assunto, o presidente da Petrobras informou que a empresa estava querendo vender os ativos para a iniciativa privada. "A informação que eu tenho, até agora é, na verdade, do fechamento desse empreendimento, mas nós vamos trabalhar com tudo aquilo que for preciso para evitar que isso aconteça", afirmou. Camilo destacou que a ação de impedir o fechamento da usina precisa ser articulada com todos os representantes do Ceará, mencionando bancadas federal, estadual e de senadores.

"Nós vamos construir alternativas para evitar que isso aconteça, mas isso não depende simplesmente da vontade do governador", declarou.

Decisão tardia

Reivindicação já antiga dos petroleiros, a falta de apoio do Governo quanto à isenção fiscal foi considerada um dos grandes problemas que culminaram no mal-momento da produção da Usina de Quixadá. Segundo afirma Douglas Uchoa, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI), já havia sido conversado com o governador e com a prefeitura de sobre o assunto. "Eu acredito que neste atual governo de Michel Temer, não é só mais a questão do incentivo fiscal. A Petrobras quer realmente sair do negócio".

Para ele, pensar em incentivos fiscais no momento seria "um pouco tarde". "Eles colocaram a saída do negócio de biocombustíveis da Petrobras no Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, o que era uma coisa impensável", observa. Douglas lamenta ainda o grande prejuízo acarretado pelo fechamento da unidade, lembrando dos 120 funcionários terceirizados que serão afetados com a decisão.

"Claro que nós não queremos a empresa fechada. Lutamos bastante para que a Petrobras continue investindo", completa o diretor do Sindipetro-CE/PI.

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