Rio de Janeiro confirma mais duas mortes por febre Oropouche no Estado

As vítimas são duas moradoras de Macaé e Paraty, com 34 e 23 anos, respectivamente

Escrito por
Renato Bezerra renato.bezerra@svm.com.br
Mosquito Maruim
Legenda: Somente em 2025, com dados consolidados até a quarta-feira (21), o Estado do Rio de Janeiro registrou 1.581 casos
Foto: Flávio Carvalho/WMP Basil/Fiocruz

A Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou mais duas mortes por febre Oropouche no Estado. As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ). 

As vítimas são duas mulheres: uma moradora de Macaé, no norte fluminense, com 34 anos de idade, e outra de Paraty, na Costa Verde, com 23. As duas tiveram os primeiros sintomas da doença em março deste ano, foram internadas e morreram dias depois.

De acordo com a SES-RJ, os casos são episódios isolados. A pasta destaca não haver, desde março, novos registros graves da doença, internações, nem novos óbitos relacionados à febre nos dois municípios. 

Para a manutenção desse cenário, a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, reforça a importância da vigilância contínua e das medidas preventivas adotadas pela população e pelos gestores municipais. "Desde o ano passado, com a introdução do vírus no Estado, nossos especialistas têm aperfeiçoado os protocolos de Vigilância Epidemiológica e aprimorado a assistência aos pacientes", ressalta. 

Casos de febre Oropouche

Somente em 2025, com dados consolidados até essa quarta-feira (21), o Estado do Rio de Janeiro registrou 1.581 casos e três óbitos pela doença. Os municípios que mais concentram notificações de casos suspeitos são: Cachoeiras de Macacu (649); Macaé (502); Angra dos Reis (320); Guapimirim (168) e Paraty (131).

No ano de 2024, foram registrados 128 casos confirmados da doença no Estado, com predominância da cidade de Piraí

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Transmissão e sintomas

A febre Oropouche é provocada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). A transmissão é feita principalmente por mosquitos e tem o Culicoides paraenses, comumente chamado de ‘maruim’ ou ‘mosquito-pólvora’, como seu principal vetor, tanto no ciclo selvagem quanto no urbano. 

Em geral, o inseto é pequeno e voa em zigue-zague. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o OROV permanece no sangue do inseto por alguns dias. Quando o transmissor pica outra pessoa saudável, pode infectá-la.

A doença é uma arbovirose, como a dengue e a chikungunya, que se manifesta com febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias. Na maioria dos casos, o paciente se recupera em uma semana. Porém, a doença pode se agravar em grupos de risco, crianças e idosos a partir de 60 anos. 

"O maruim é bem pequeno e corriqueiro em locais silvestres e áreas de mata. Por isso, a recomendação é usar roupas que cubram a maior parte do corpo, passar repelente nas áreas expostas da pele, limpar terrenos e locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no solo, e instalar telas de malha fina em portas e janelas", explica o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do Rio de Janeiro, Mário Sergio Ribeiro.

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