Professora demitida após ter nudes vazados por alunos relata vulnerabilidade por estar sem emprego
Situação envolvendo Bruna Flor de Macedo Barcelos aconteceu há cinco meses após ela emprestar o celular para os alunos
Demitida em novembro de 2023, a professora de História Bruna Flor de Macedo Barcelos está em situação de vulnerabilidade pelo longo período sem emprego. Ela foi desligada da escola em que trabalhava após ter nudes vazados por alunos em Valparaíso de Goiás, no interior goiano.
"A única coisa que desejo agora, e rápido, é ter meu trabalho de volta, numa outra escola estadual. Com emprego e renda posso cuidar de mim com dignidade", disse a professora em entrevista à TV Anhanguera.
Segundo Bruna Flor de Macedo Barcelos, as fotos vieram ao conhecimento público após ela emprestar o celular para os estudantes tirarem fotos de um evento na Escola Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira. A professora teria tomado tal atitude pelo fato de a escola não ter aparelhos para filmagem.
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Ao pegarem o aparelho, contudo, os alunos acessaram pastas particulares de fotografias e encontraram imagens da docente nua e começaram a compartilhar entre os demais colegas de instituição.
Ao saber do caso, a gestão da escola optou por desligar a professora, o que aconteceu no fim do expediente. A professora afirmou que a demissão dela foi comunicada por meio de ofício, onde o colégio alegava "que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às aulas” dela após terem vistos as fotos de Bruna Flor nuas.
O que dizem os envolvidos
A docente denunciou o caso à Polícia Civil de Goiás (PCGO). Um inquérito foi instaurado para apurar o caso, e a direção da escola e a professora já foram ouvidas. De acordo com informações policiais, os alunos envolvidos no vazamento das fotos já foram identificados, e "o procedimento apura o possível ato infracional análogo ao crime de divulgação de cena de nudez sem o consentimento da vítima".
O colégio em que Bruna Flor trabalhava emitiu um novo ofício, onde destaca que é proibido o empréstimo de celulares de uso pessoal para os alunos por parte dos professores. As decisões que envolveram a demissão da professora, segundo a Escola Estadual, foram tomadas com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e ainda ponderou ter orientado a docente a procurar a polícia.
Já a Secretaria de Educação de Goiás (Seduc) relatou que a demissão foi a saída devido ao regime de contratação de Bruna Flor, feito de forma emergencial. Em novembro de 2023, a pasta alega que os professores efetivos assumiram os cargos que estava sendo ocupados por temporários.