Novo esquema de vacinação em dose única contra o HPV é adotado pelo Ministério da Saúde; entenda
A medida dobra a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país
O Ministério da Saúde (MS) adotou um novo esquema de vacinação em dose única contra o HPV (Papilomavírus Humano), responsável pela infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. A mudança foi confirmada por meio de uma nota técnica da pasta divulgada na segunda-feira (1º), substituindo o antigo modelo de duas aplicações.
A medida dobra a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país. O objetivo é intensificar a proteção contra o câncer de colo do útero e outras complicações associadas ao vírus.
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De acordo com o MS, a mudança foi embasada em “estudos com evidências robustas” sobre a eficácia do esquema único em comparação às versões com duas ou três fases. Além disso, a nova estratégia segue as orientações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), sendo o Brasil o 38º país a adotar a dose única.
Jovens entre 9 e 14 anos seguem formando o principal público-alvo da vacinação. O grupo prioritário engloba também pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas previstas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Pessoas até os 45 anos podem receber a vacina contra o HPV.
A nota técnica da pasta orienta ainda que estados e municípios adotem busca ativa, metodologia de mobilização social para identificação, registro e monitoramento de pessoas não vacinadas.
O QUE É HPV?
Segundo o Ministério da Saúde, o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) está associado ao desenvolvimento da quase totalidade dos cânceres de colo de útero, além de diversos outros tumores em homens e mulheres. A contaminação pelo vírus se caracteriza como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
As primeiras manifestações de HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses. Os sintomas incluem verrugas na região genital e no ânus, popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista". Em geral, elas são assintomáticas, mas podem causar coceira no local.
Ainda de acordo com a pasta, a vacinação contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a doença. O imunizante é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
AMPLIAÇÃO DA COBERTURA
O Ministério da Saúde anunciou ainda que registrou crescimento de 42% na quantidade de doses da vacina contra o HPV no Brasil em 2023. O número passou de pouco mais de 4 milhões de doses em 2022 para 6,1 milhões no ano passado, melhor resultado desde 2018 (5,1 milhões).
“Essa retomada é fruto do esforço de estados e municípios que se juntaram ao Ministério da Saúde no Movimento Nacional pela Vacinação, revertendo a tendência de queda nas coberturas dos principais imunizantes do calendário definido pelo PNI”, defendeu a pasta.