Homem jogado de ponte por PM presta depoimento em São Paulo

Marcelo, o entregador de 25 anos que foi arremessado de uma ponte por um policial militar na zona sul de São Paulo, na madrugada de segunda-feira (2), prestou depoimento à Polícia nesta sexta-feira (6). O homem caiu de cabeça de uma altura de três metros. Ele se feriu, mas foi ajudado por moradores do entorno.

Segundo o g1, a vítima foi ouvida por volta de 14 horas e, depois, encaminhada para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Está previsto, ainda, um depoimento de Marcelo à Corregedoria da Polícia Militar.

Luan Felipe, o agente de segurança envolvido na ocorrência, teve sua prisão decretada nessa quinta-feira (5). Ele já estava detido na Corregedoria, onde prestou depoimento e alegou que, na verdade, pretendia jogar o homem no chão.

No entanto, imagens gravadas por uma testemunha mostraram o momento em que o soldado ergueu o entregador e o atirou da ponte.

O inquérito investiga os crimes de lesão corporal e violência arbitrária, ambos previstos no Código Penal Militar.

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'Alguma coisa não está funcionando', diz Tarcísio 

Para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), "alguma coisa não está funcionando" na segurança pública de São Paulo. Após os relatos recentes de violência policial no Estado, o político passou a defender o uso de câmeras corporais nas fardas dos agentes de segurança para proteger não só os cidadãos como, também, os PMs.

"Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Tinha visão equivocada, fruto da experiência pretérita que tive. Não tem nada a ver com a questão da segurança pública. Hoje, estou completamente convencido de que [a câmera] é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa. E tentar trazer o que tem de melhor em termos de tecnologia", afirmou o governador, garantindo ainda que os abusos policiais não serão tolerados.

Lembre o caso

Um policial militar atirou um homem do alto de uma ponte sobre um córrego, em São Paulo, na madrugada da última segunda. Em imagens registradas por testemunhas e divulgadas nas redes sociais, é possível ver outros três agentes no momento. 

À época, a Polícia Militar disse repudiar "veementemente a conduta ilegal adotada pelos agentes públicos no vídeo mostrado" e afirmou que instaurou um inquérito interno para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos, que foram identificados e afastados.