Dentista é indiciado por morte de ganhador da Mega-Sena, em Cuiabá

Inquérito policial concluiu que idoso, falecido em dezembro de 2024, foi vítima de homicídio culposo — quando não há a intenção de matar

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Redação producaodiario@svm.com.br
montagem com fotos de idoso premiado na mega-sena, que morreu após tratamento com dentista. ao lado, imagem de lotérica onde aposta foi feita
Legenda: Pecuarista Antônio Lopes fez a aposta premiada na Lotérica Ipiranga, em Cuiabá (foto)
Foto: Reprodução

Inquérito da Polícia Civil concluiu, nessa quarta-feira (4), que o idoso Antônio Lopes de Siqueira, de 73 anos, que ganhou sozinho R$ 201,9 milhões na Mega-Sena, morreu em decorrência de erros graves cometidos durante um tratamento odontológico, em uma clínica de Cuiabá (MT). Autoridade indiciou o dentista responsável pelo procedimento.

O falecimento do homem aconteceu em dezembro de 2024, menos de um mês após ele ser sorteado na loteria. No documento, relatado à Justiça nessa data, a corporação indicou que o dentista seria responsável pelo crime de homicídio culposo — quando não há a intenção de matar —, com agravante por descumprir regras técnicas da profissão. As informações são do portal g1

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Conforme a investigação policial, o procedimento odontológico que levou à morte do ganhador da Mega-Sena teve diversas falhas. Entre elas: 

  • Falta de monitoramento adequado, sem acompanhamento contínuo dos sinais vitais do paciente, como uso de oxímetro e monitor cardíaco;
  • Anamnese sem aprofundamento — entrevista para conhecer o histórico do paciente foi superficial e feita somente com marcações em um formulário padrão;
  • Clínica não contava com equipamentos básicos como desfibrilador ou suporte avançado de vida;
  • Elevada dose de anestésicos foi usada sem considerar que o paciente era cardíaco e sem avaliação prévia feita por cardiologista. 

Além disso, o inquérito ainda indica que a equipe clínica não reagiu adequadamente ao agravamento do quadro de saúde de Antônio Lopes. Os profissionais teriam demorado a realizar o atendimento da vítima e, mesmo com sinais de piora ainda na recepção, ele foi liberado sem o acompanhamento necessário.

O delegado Edison Pick detalhou que as falhas demonstraram a falta de cuidado e o descumprimento de normas básicas da odontologia, o que contribuiu diretamente para a morte do idoso.

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