Comandantes são exonerados e PMs são afastados após ação que terminou com morte de jovem no RJ

Policiais do Bope realizaram uma incursão durante uma festa junina na comunidade, pois teriam informações de 'criminosos fortemente armados' no local

Foto da família do jovem morto na ação policial no Rio de Janeiro segurando o crachá dele de motoboy e uma foto dele com o filho
Legenda: Família do jovem morto pede justiça
Foto: Reprodução/ TV Globo

Após a ação policial no Morro do Santo Amaro (RJ) que terminou com um jovem motoboy de 24 anos morto e cinco feridos durante uma festa junina no Rio de Janeiro, dois comandantes foram exonerados e 12 policiais da PMERJ foram afastados das ruas neste domingo (8).

Os comandantes demitidos foram o coronel Aristheu de Góes Lopes, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE). 

A decisão foi tomada pelo governador do RJ, Cláudio Castro, e repercutida por ele nas redes sociais. 

"Agora pela manhã, em uma reunião com os secretários de estado de Segurança e da Polícia Militar, determinei o afastamento imediato dos responsáveis por autorizar a operação na madrugada de ontem, na comunidade do Santo Amaro, em meio a uma festa popular", disse o chefe do Executivo do Rio. 

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O que aconteceu na operação?

A incursão, realizada por militares do Bope, se deu quando a comunidade celebrava uma Festa Junina na rua, reunindo uma grande quantidade de pessoas, incluindo crianças. Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ouvir barulhos de tiro enquanto uma quadrilha se apresentava, provocando tumulto e dispersão dos presentes.

O jovem morto foi identificado como Herus Guimarães Mendes. Ele deixa um filho. Segundo a polícia, cinco pessoas precisaram ser hospitalizadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro

A PMERJ informou que as equipes do Bope se deslocaram até o local para checar a presença de "criminosos fortemente armados", e que os agentes foram recebidos por disparos antes de fazer o revide. A ocorrência inicial foi registrada na 9ª DP. Durante a ação, os agentes estavam usando as câmeras corporais e as imagens serão analisadas pela Corregedoria da corporação. 

Suposta denúncia falsa 

Em nota, a Quadrilha Balão Dourado, uma das que se apresentava na festa, disse que o tiroteio teria começado após "uma denúncia falsa" acatada pelo Bope. Um dos integrantes do grupo precisou ser hospitalizado.

"Não era baile funk, era festa junina, uma tragédia causada por uma denuncia falsa que o BOPE acreditou", disse o grupo em comunicado divulgado horas depois do ocorrido.

"Dezenas de crianças e jovens dançando quadrilha. O Morro do Santo Amaro está de luto e nós da Balão Dourado estamos no hospital rezando pelo nosso componente que foi uma das vítimas e por todos os outros que foram do céu ao inferno em alguns segundos", acrescentou.
 

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