Zhu Ling, mulher envenada misteriosamente há 30 anos, morre na China; conheça caso
O envenenamento teria sido proposital, mas crime nunca foi solucionado
Quase três décadas após ser vítima de envenenamento, a chinesa Zhu Ling faleceu na sexta-feira (22), aos 50 anos. O crime mobilizou a China quando ocorreu, em 1995, mas nunca foi solucionado pelas autoridades policiais. Zhu Ling sofreu com as sequelas até o final da vida.
A morte foi anunciada pela Universidade de Tsinghua, localizada em Pequim. Zhu Ling era estudante na instituição quando foi envenenada. Ela cursava Química, além de ser uma musicista talentosa. As informações são do jornal O Globo.
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Aos 20 anos, Zhu Ling começou a sentir dores de estômago e quedas de cabelo. Os médicos identificaram os sintomas como sinas de envenenamento por tálio, um produto altamente tóxico e usado, às vezes, como veneno para rato.
As investigações indicaram que o envenenamento foi feito de forma proposital, mas as autoridades não conseguiram reunir provas suficientes para fazer acusação.
A principal suspeita recaiu sobre a então colega de quarto de Ling, Sun Wei. Ela tinha acesso ao tálio no laboratório da universidade. Sun Wei chegou a ser interrogada, mas foi liberada.
Ao longo dos anos, ela foi motivo de especulação: alguns acreditavam que o fato de ser neta de um funcionário que pertenceu ao alto escalão do governo chinês durante a década de 1940 e 1950, além de ter um parente de Sun Wei também é ex-vice-presidente de Pequim, poderia ter feito com que ela se livrasse das investigações.
Após o envenenamento, Zhu Ling acordou parcialmente paralisada, cega e com as faculdades mentais reduzidas — sendo comparadas a de uma criança. Ela passou os últimos 29 aos cuidados dos pais.
Segundo o pai dela, Wu Chengzi, o enterro ocorre neste domingo (24), em Pequim. Ao longo dos quase trinta anos desde o crime, o caso voltou a ter repercussão algumas vezes, citado como exemplo de injustiça e do poder exercido pela elite política na China.