Pelo menos oito pessoas morreram neste domingo (10) depois que um grupo de homens armados atirou na direção de uma multidão no entorno de uma boate na área rural de Santa Lucía, na província de Guayas, no Equador.
Entre as vítimas, está um homem identificado como Jorge Urquizo, irmão de Ubaldo Urquizo Mora, prefeito de Santa Lucía e dono da boate em questão. O município tem aproximadamente 38 mil habitantes.
Segundo a polícia local, os atiradores chegaram ao local em duas caminhonetes e abriram fogo contra um grupo de pessoas em frente à entrada da discoteca no início da madrugada.
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Policiais chegaram ao local após receberem um telefonema de alerta por disparos e encontraram "várias pessoas feridas e sete cadáveres", disse o coronel da Polícia, Javier Chango.
A oitava pessoa morreu enquanto recebia atendimento em um hospital local. Outras duas estão feridas. Os policiais encontraram no local cerca de 80 cápsulas de munição nove milímetros e também de fuzis automáticos.
Após o ataque, os homens armados voltaram para seus veículos e fugiram por "uma rota desconhecida", acrescentou o coronel. Os corpos dos falecidos, sete homens e uma mulher, foram transferidos para um necrotério na cidade vizinha de Daule. A Polícia ainda não estabeleceu as razões do massacre.
Onda de violência no Equador
O Equador, outrora um oásis de paz na América Latina, é hoje uma das nações mais violentas da região devido à guerra entre gangues que aproveitam seus portos estratégicos, sua economia dolarizada e a corrupção de algumas autoridades.
Pelos portos equatorianos passam 73% da cocaína produzida no mundo, segundo fontes oficiais. Em 2024, o país apreendeu o recorde de 294 toneladas de drogas, principalmente cocaína, frente a 221 toneladas em 2023.
Guayas é uma das quatro províncias onde recentemente o presidente Daniel Noboa renovou um estado de exceção durante dois meses para enfrentar a violência das quadrilhas criminosas.
Apesar da presença militar em zonas de distúrbios sociais e das constantes declarações de estados de exceção, as mortes violentas continuam.
Entre janeiro e maio foram registrados mais de 4 mil homicídios, segundo dados oficiais. Analistas consideram que este é o início de ano mais violento que o país vivenciou em sua história recente. Já em 2023, o país registrou o recorde de 47 homicídios por 100.000 habitantes.