Senado da França aprova reforma da previdência; protestos perdem força

Proposta polêmica ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Nacional

Escrito por Diário do Nordeste e AFP ,
Legenda: Segundo órgão oficial, 368 mil manifestantes estiveram nas ruas da França neste sábado
Foto: Emmanuel Dunand/AFP

O Senado francês aprovou neste sábado (11), pelo placar de 195 a favor e 112 contra, a polêmica reforma da previdência promovida pelo presidente Emmanuel Macron. Milhares de pessoas foram às ruas em protesto, embora o movimento tenha perdido força.

A votação foi um passo-chave para colocar em prática a reforma, que ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês, possivelmente na próxima quinta-feira (16).

"Um passo importante foi dado", declarou a primeira-ministra Elisabeth Borne. "Apesar das tentativas de obstrução por parte de certos grupos, o debate democrático foi finalizado".

Borne garantiu que o governo "continuará colocando toda sua energia" para ir "até o final do processo democrático para que este texto seja votado".

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Sindicatos convocaram o protesto para este sábado (11) com a esperança de atrair mais trabalhadores e forçar Macron a desistir da proposta.

Segundo o Ministério do Interior, 368 mil pessoas foram às ruas na França neste sábado, 48 mil delas em Paris. 

O número é inferior ao de 16 de fevereiro (com 440 mil na França, 37 mil na capital), dia que havia mobilizado o menor número de manifestantes desde o início dos movimentos de protestos, em janeiro.

Por sua vez, o sindicato CGT estimou em mais de um milhão os manifestantes deste sábado, 300 mil deles em Paris.

Legenda: Sindicatos de trabalhadores prometem manter pressão ao longo da semana
Foto: Christophe Archambault/AFP

Reforma impopular

Dois terços dos franceses, segundo as pesquisas, são contrários ao plano de elevar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030, além de antecipar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42 como atualmente) para que o aposentado receba a pensão integral.

A rejeição dos franceses foi demonstrada em vários protestos desde 19 de janeiro, além de greves nos transportes e no setor de energia. 

"É a reta final. Tudo está em jogo agora", disse Marylise Leon, secretária-geral adjunta do sindicato CFDT, em entrevista à rádio Franceinfo.

A tensão sobre a reforma atingiu o pico esta semana, depois que Macron se recusou a aceitar reuniões com representantes dos sindicatos, o que provocou "muita irritação", conforme Philippe Martinez, líder do CGT.

"Como ele está muito seguro de si, o presidente da República deveria consultar o povo. Veremos qual é a resposta do povo", propôs.

"Imploro aos que governam este país que saiam desta forma de negação do movimento social", insistiu o líder do sindicato CFDT, Laurent Berger.

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