Presidente dos EUA, Donald Trump deve anunciar 'tarifaço' nesta quarta-feira (2); entenda
Republicano ameaçou anunciar tarifas "recíprocas", ou seja, que Washington iguale dólar por dólar as tarifas impostas aos produtos americanos no exterior
O presidente norte-americano Donald Trump promete anunciar, nesta quarta-feira (2), uma nova rodada de impostos de importação sobre produtos de países que chegam aos Estados Unidos, um "tarifaço" chamado pelo republicano de "Dia da Libertação".
Convencido de que os países "roubam" os Estados Unidos, Trump apresentará as medidas ao lado de integrantes de seu gabinete no Jardim das Rosas da Casa Branca às 17h, pelo horário de Brasília, logo após o fechamento da Bolsa de Nova York.
O presidente ameaça anunciar tarifas "recíprocas", ou seja, que Washington iguale dólar por dólar as tarifas impostas aos produtos americanos no exterior, acreditando que a medida será capaz de reindustrializar o país, reequilibrar a balança comercial e eliminar o déficit fiscal.
Nesta terça-feira (1º), ele insistiu que as tarifas alfandegárias terão efeito "imediato", segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. Os detalhes do plano, no entanto, são mantidos em segredo.
Efeitos para o Brasil
O governo brasileiro espera ser poupado do "tarifaço" de Trump. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que causará estranheza caso o Brasil sofra alguma retaliação comercial. "Os EUA têm uma posição muito confortável em relação ao Brasil até porque é superavitário tanto em relação aos bens, quanto em relação aos serviços", disse Haddad, em viagem a Paris, nesta terça.
O comércio bilateral é superavitário para os EUA, uma vez que o Brasil importa mais do que exporta para o país norte-americano. Por isso, Haddad considera que não haveria motivos para taxação dos produtos brasileiros.
"Causaria até certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que nós estamos na mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte", completou o ministro da Fazenda.
Ainda na terça-feira, um relatório de órgão ligado ao governo dos EUA fez críticas ao modelo de tarifas que o Brasil impõe a suas importações em setores como etanol, filmes, bebidas alcoólicas, máquinas e equipamentos, carne suína, entre outros.
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PL da retaliação
Nesse contexto, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por unanimidade, nesta terça, projeto de lei da reciprocidade comercial, que permite ao governo retaliar medidas unilaterais comerciais que prejudiquem a competitividade das exportações do Brasil. O texto agora segue para análise da Câmara dos Deputados.
Pela proposta, o Executivo fica autorizado a adotar, isolada ou cumulativamente, medidas como a suspensão de concessões comerciais e de investimentos, bem como reavaliar obrigações em acordos de propriedade intelectual, garantindo mais flexibilidade no que foi entendido como defesa dos interesses nacionais.
O projeto prevê ainda que as contramedidas sejam, na medida do possível, proporcionais ao impacto econômico causado pelas ações de países ou blocos internacionais. Também serão necessárias consultas diplomáticas para mitigar ou anular os efeitos das medidas e contramedidas. Além disso, ficam estabelecidas consultas públicas para a manifestação das partes interessadas.
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