Manifesto completo de Luigi Mangione, suspeito de matar CEO em NY, é revelado; confira

Material indicava que ele estava frustrado com o sistema de cuidados médicos nos Estados Unidos

Escrito por
Diário do Nordeste/AFP producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 06:54, em 11 de Dezembro de 2024)
Luigi Mangione foi preso após acusações de porte ilegal de armas nos Estados Unidos
Legenda: Luigi Mangione foi preso após acusações de porte ilegal de armas nos Estados Unidos
Foto: JEFF SWENSEN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Luigi Mangione, principal suspeito de assassinar Brian Thompson, CEO da United Healthcare, foi encontrado com um manifesto escrito à mão com queixas contra a indústria americana da saúde, informou a polícia nesta terça-feira (10), apontando pela primeira vez o possível motivo do crime.

Nesta terça-feira (10), Mangione foi visto gritando e enfrentando os policiais que o escoltavam até um tribunal na Pensilvânia, vestido com um uniforme laranja, para uma audiência sobre sua transferência para Nova York.

Enquanto descia de uma viatura policial, ele conseguiu gritar: "Isso é completamente injusto e um insulto à inteligência do povo americano!".

Mais cedo, o chefe de detetives do Departamento de Polícia de Nova York, Joseph Kenny, declarou em um programa de TV que teve "a oportunidade de ler o manifesto" encontrado com Mangione no momento da prisão.

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"Está escrito à mão. Dá alguma indicação de que ele estava frustrado com o sistema de cuidados médicos nos Estados Unidos."

Kenny disse que o detido denunciava no manifesto que o sistema de saúde americano é um dos mais caros do mundo, mas o país tem uma expectativa de vida menor do que de outras nações desenvolvidas.

"Ele escreveu muito sobre seu desprezo pelas corporações americanas e, particularmente, pela indústria da saúde", acrescentou o oficial.

A Casa Branca, através da secretária de imprensa Karine Jean-Pierre, classificou o crime como "horrível" e disse que "a violência para combater qualquer tipo de ganância corporativa é inaceitável".

Mangione foi capturado na segunda-feira depois de ser identificado por um cliente de um restaurante McDonald's em Altoona, Pensilvânia.

Luigi Mangione tem 26 anos e é natural de Maryland, nos Estados Unidos
Legenda: Luigi Mangione tem 26 anos e é natural de Maryland, nos Estados Unidos
Foto: Handout / Pennsylvania Department of Corrections / AFP

POSSÍVEL VINGANÇA?

A polícia ainda não confirmou notícias da imprensa de que as palavras "demorar" e "negar" - uma linguagem frequentemente usada pelas seguradoras para rejeitar reclamações - estavam escritas em cápsulas de bala encontradas na cena do crime.

O homem foi levado pela polícia local na noite de segunda-feira para um tribunal na Pensilvânia e, em seguida, foi acusado em Nova York por suspeita de homicídio, duas acusações de posse ilegal de arma de fogo em segundo grau e outros crimes.

Mangione terá que comparecer ao tribunal no dia 23 de dezembro.

Ao ser capturado, ele mostrou aos agentes uma identificação falsa, segundo documentos da acusação, e durante a revista a polícia encontrou uma "pistola fantasma" capaz de disparar balas de 9 mm e equipada com um silenciador.

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Segundo o The New York Times, que cita amigos de Mangione, o suspeito vivia com uma dor nas costas intensa e no ano passado passou por uma cirurgia devido a essa condição.

Thompson, a vítima, estava participando de uma conferência para investidores no distrito comercial de Midtown. O crime ocorreu em frente ao hotel Hilton, em uma das áreas mais movimentadas do distrito de Manhattan, um centro turístico da cidade de Nova York.

O UnitedHealth Group é uma das maiores empresas de seguros de saúde dos Estados Unidos, com 440 mil funcionários. No terceiro trimestre do ano, a empresa faturou 100,8 bilhões de dólares (R$ 610 bilhões).

Pai de dois filhos, Thompson estava na empresa há mais de vinte anos e dirigia desde 2021 sua subsidiária de saúde, a UnitedHealthcare, que conta com cerca de 140 mil funcionários e oferece planos de saúde a empregadores privados e pessoas seguradas por programas estatais como Medicare e Medicaid.

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