Israel aprova acordo com Hamas para libertar 50 reféns na Faixa de Gaza

As Forçaçs de Defesa do país também informaram que irão "continuar a guerra" após o término da trégua

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
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Legenda: Mais de 6 mil pessoas morreram na guerra entre Israel e Hamas
Foto: Mohammed Abed/AFP

O governo de Israel aprovou um acordo na noite desta terça-feira (21), na manhã desta quarta-feira (22), data local, para libertar 50 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza em troca da libertação de prisioneiros palestinos e de uma trégua, segundo um comunicado oficial enviado à AFP pelo gabinete do primeiro-ministro. Mais cedo, ainda nesta terça-feira, o líder do grupo Hamas, Ismail Haniyeh, disse, via Telegram, que o movimento islamista estava próximo de chegar a um acordo.

"O governo aprovou as linhas gerais do primeiro estágio de um acordo pelo qual pelo menos 50 pessoas sequestradas - mulheres e crianças - serão libertadas nos próximos quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nos combates", diz a nota. A guerra entre Israel e Hamas iniciou em 7 de outubro.

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Guerra irá seguir após trégua

As Forças de Defesa de Israel "vão continuar a guerra" contra o Hamas assim que acabar a trégua na Faixa de Gaza, anunciou o governo israelense nesta terça-feria (21) (quarta-feira, 22, noite de terça em Brasília).

"O governo israelense, o Exército israelense e as forças de segurança vão continuar a guerra para trazer de volta todas as pessoas sequestradas, eliminar o Hamas e garantir que não exista nenhuma ameaça para o Estado de Israel vinda de Gaza", disse o governo em uma nota enviada à AFP.

Saiba como ocorreram as negociações

O Catar, onde o Hamas tem um escritório político e Ismail Haniyeh está baseado, está mediando intensas negociações. Catar, Egito e Estados Unidos trabalham em um acordo para tentar libertar os reféns sequestrados pelo Hamas em troca de uma trégua na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, disse no domingo (19) que um acordo para libertar alguns dos reféns em troca de um cessar-fogo temporário depende de questões práticas "menores". "Nunca estivemos tão perto de um acordo", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby. "Estamos confiantes. Mas ainda resta trabalho por fazer".

Na segunda-feira (20), o presidente americano, Joe Biden, disse, em Washington, acreditar que um acordo para libertar os reféns estava próximo. "Eu acredito que sim", disse Biden, ao ser perguntado a respeito. Em seguida, o presidente cruzou os dedos em sinal de esperança em um desfecho positivo.

Duas fontes próximas das negociações disseram à AFP que um acordo provisório inclui uma trégua de cinco dias, que implicaria em um cessar-fogo no terreno e limites às operações aéreas de Israel no sul de Gaza.

Em contrapartida, entre 50 e 100 reféns mantidos pelo Hamas e pela Jihad Islâmica - outro grupo de militantes palestinos - seriam libertos. Entre estes estariam civis israelenses e de outras nacionalidades, mas não pessoal militar.

Segundo a proposta de acordo, cerca de 300 palestinos seriam libertados de prisões israelenses, entre eles mulheres e crianças.

A Casa Branca informou que as negociações se encontravam em um estágio de "finalização", mas se recusou a revelar detalhes para não comprometer um resultado bem-sucedido.

Separadamente, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou na segunda-feira que sua presidente, Mirjana Spoljaric, viajou ao Catar para se reunir com Haniyeh "para avançar em questões humanitárias relacionadas com o conflito armado em Israel e Gaza".

Em um comunicado, a organização sediada em Genebra informou que continuava "a apelar pela proteção urgente de todas as vítimas do conflito e pelo alívio da situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza". Também disse que "pediu persistentemente a libertação imediata dos reféns".

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