Investigação sobre queda do avião da Air Índia está focada no controle de combustível, diz portal
Equipamento é utilizado pelos pilotos para controlar o abastecimento do avião antes e após o voo
A investigação do acidente com o Boeing 787-8, que caiu com 242 pessoas a bordo, na Índia, está focada em analisar os controles de combustível. A informação foi divulgada em reportagem do portal The Air Current, publicada nesta terça-feira (8).
Segundo o material, os investigadores buscam entender se a causa da tragédia está relacionada com os movimentos do console de combustível do motor. É nesse equipamento em que estão os botões que ligam e desativam o abastecimento da aeronave.
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Funciona assim: em um avião de modelo similar ao do acidente, o controle de combustível é feito por meio de duas alavancas, uma para a ativação e outra para desativação. Normalmente, elas são utilizadas apenas na decolagem e aterrissagem, mas há casos raros em que é preciso ativá-las durante o voo, caso o motor apresente um problema.
Fontes ouvidas pelo portal afirmaram que os investigadores não encontraram falhas técnicas no avião. Eles decidiram direcionar os esforços da busca para o console de combustível após análise dos gravadores de dados de voo e voz.
Ainda segundo o The Air Current, os responsáveis não acreditam que o combustível possa ter sido contaminado antes da decolagem. Questionado, o Escritório de Investigação de Acidentes Aeronáuticos da Índia, que lidera a investigação sob as regras internacionais, não se posicionou ao veículo.
Prazo para relatório do acidente encerra nesta semana
Conforme regulação da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), países que investigam acidentes em seus territórios devem apresentar um relatório preliminar em até 30 dias após o caso. Como a queda do Boeing 787-8 aconteceu em 12 de junho, é esperado que o documento seja entregue à instituição até este sábado (12).
Ainda não é possível saber se Índia seguirá o prazo ou se optará por não divulgar o relatório preliminar. Caso o faça, o País terá autonomia para decidir se o texto virá a público ou será marcado como confidencial, segundo detalha o ICAO.
Um relatório preliminar de um acidente aéreo contém informações factuais básicas, sem nenhuma análise aprofundada, e geralmente serve para estabelecer os fatos e os caminhos da investigação até o momento da publicação.
A expectativa para o relatório é baseada na falta de transparência do governo indiano com o pós-acidente. Até o momento, o País organizou somente uma coletiva de imprensa, e nenhuma pergunta foi respondida. A Índia também impediu que um especialista da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), da Organização das Nações Unidas (ONU), participasse das apurações.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Mariana Lazari