Hamas aceita proposta dos EUA de cessar-fogo com Israel e quer discutir implementação

A negociação de trégua acontece em um cenário trágico em que foram registradas pelo menos 52 mortes em 24 horas

Escrito por
Diário do Nordeste/AFP producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 22:04)
Mulher em meio aos escombros após ataques à Faixa de Gaza. Imagem usada em matéria informando que Hamas aceitou proposta dos EUA de cessar-fogo contra Israel
Legenda: A proposta compreende uma trégua de 60 dias durante a qual o Hamas libertaria metade dos reféns israelenses
Foto: AFP/SAID KHATIB

O Hamas informou, na noite desta sexta-feira (4), que está pronto para "começar imediatamente" as negociações sobre a proposta de cessar-fogo em Gaza. Em comunicado, o grupo anunciou que "entregou sua resposta aos mediadores, e ela é positiva". A negociação de trégua acontece em um cenário trágico em que foram registradas pelo menos 52 mortes em 24 horas.

Fontes ouvidas pela AFP indicam que a proposta compreende "uma trégua de 60 dias" durante a qual o Hamas libertaria metade dos reféns israelenses ainda vivos em troca da libertação de presos palestinos detidos por Israel.

O anúncio do Hamas ocorre na véspera de uma visita marcada do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington.

"O movimento está pronto para começar imediatamente e seriamente um ciclo de negociações sobre o mecanismo de aplicação desse quadro", reforçou o Hamas.

A Jihad Islâmica, o principal movimento palestino aliado do Hamas contra Israel na guerra em Gaza, disse que apoia as negociações, e pede "garantias".

"Apresentamos [ao Hamas] alguns pontos detalhados sobre o mecanismo de aplicação da proposta [de trégua patrocinada pelos Estados Unidos] recebida dos mediadores [Egito e Catar] e queremos garantias suplementares", afirmou a Jihad Islâmica em nota.

Veja também

Escalada de ataques em Gaza

O Exército israelense prosseguiu nesta sexta (4) com sua ofensiva na Faixa de Gaza, e a Defesa Civil registrou 52 palestinos mortos nos ataques aéreos, bombardeios e disparos, 11 dos quais próximos a locais de distribuição de ajuda alimentar. O balanço anterior era de pelo menos 40 mortos.

Segundo um funcionário da Defesa Civil, Mohamad al Mughayyir, entre as vítimas havia cinco pessoas que foram mortas a tiros enquanto esperavam perto de um ponto de distribuição de ajuda humanitária gerido pelos Estados Unidos perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e outra que esperava ajuda perto da ponte de Wadi Gaza, no centro do território.

A guerra na Faixa de Gaza entre o Exército israelense e o Hamas foi desencadeada pelo ataque sem precedentes desse movimento islamista palestino no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

Esse ataque resultou em 1.219 mortes, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP feito com base em dados oficiais israelenses. Pelo menos 57.130 palestinos morreram na ofensiva israelense em Gaza, sobretudo civis, segundo o Ministério da Saúde deste território.

Assuntos Relacionados