Guia relata últimos momentos com Juliana Marins antes de tragédia no Monte Rinjani, na Indonésia

Ali Musthofa diz ter ouvido pedidos de socorro antes de encontrá-la caída em penhasco

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Redação producaodiario@svm.com.br
Juliana Marins, brasileira morta na Indonésia
Legenda: Seguindo guia, Juliana apresentava sinais de cansaço
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O guia Ali Musthofa, de 20 anos, detalhou os momentos finais com Juliana Marins, de 26 anos, brasileira que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, em junho deste ano. O relato foi feito a um podcast local e repercutido pelo g1.

Juliana, publicitária e moradora de Niterói (RJ), estava em sua primeira visita ao vulcão, o segundo mais alto do país asiático. Ela havia contratado um pacote de trilha compartilhado, que era a opção mais barata, sem assistência exclusiva.

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Segundo Ali, Juliana demonstrava sinais de exaustão durante a parte mais crítica do percurso, o que o levou a pedir que ela parasse e esperasse por ele enquanto verificava a situação dos demais cinco turistas.

“Ela era a mais lenta, estava muito cansada. Disse para ela esperar ali enquanto eu checava os outros. Quando voltei, ela não estava mais lá", discorreu.

Ao retornar ao ponto, o guia não encontrou Juliana. Ao olhar para baixo, viu uma lanterna acesa a cerca de 150 metros de profundidade. “Tive a sensação de que era Juliana. Eu entrei em pânico”, relatou.

Pedido de socorro

Juliana teria sobrevivido por até 32 horas após a queda, segundo especialistas brasileiros. O guia acredita que ela tentou escalar de volta, o que agravou a situação.

“Acredito que ela se moveu procurando uma maneira de subir. Quando ela queria tentar o caminho para cima, ia mais para baixo. Eu gritava para ela lá de cima, para ela esperar e nunca, nunca se mover. Ela só conseguia dizer ‘help me’.”

O corpo de Juliana foi localizado quatro dias depois do acidente por equipes de resgate. Ali foi proibido de trabalhar na área do Rinjani e até de subir ao vulcão como turista.

Ali diz que chegou a conversar com a família de Juliana na Embaixada do Brasil e ouviu do pai dela: “Você matou minha filha”. Ele afirma que fez o possível para ajudar.

“Fiquei dois dias no monte acompanhando as buscas. Eu acreditava que ela ainda estava viva. Eu fiz o máximo para salvar a Juliana. Mas, infelizmente, Deus quis outra coisa", falou. O caso ainda está sob investigação das autoridades locais.

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