Filha de brasileiros, Celeste Fishbein é uma das reféns do Hamas
Família diz que, até agora, não acharam DNA compatível com o de Celeste entre as vítimas do Hamas
Uma família brasileira, que já foi vítima de terrorismo mais de duas décadas atrás, está revivendo o mesmo drama com os ataques promovidos pelo Hamas em Israel. Filha e neta de brasileiros, a jovem Tchelet Fishbein Za'arur (ou Celeste como a família a chama em português), de 18 anos, foi sequestrada no último dia 7, e, segundo familiares, está em poder do grupo extremista. De acordo com Israel, cerca de 150 pessoas são mantidas reféns em Gaza.
A mãe de Celeste, Gladys Fishbein, é prima-irmã de Flora Rosenbaum. Em 2001, Flora ficou ferida num atentado, depois que um terrorista suicida detonou uma bomba no momento em que ela passava com a família na frente da pizzaria Sbarro, em Jerusalém
À época, a explosão deixou 18 vítimas e cerca de cem feridos. Um dos mortos no episódio foi o marido de Flora, Jorge Balazs, de 69 anos. Ela ainda estava acompanhada da enteada Deborah Brando Balazs da Costa Faria, que também sobreviveu.
Celeste Fishbein
Celeste não tem nacionalidade brasileira - o pai é israelense - e trabalha como babá. Ela mora próximo à Faixa de Gaza. De acordo com relato de familiares, no dia do ataque, chegou a se esconder em um bunker com o namorado, que também está desaparecido.
A família diz que, até agora, não acharam DNA compatível com o de Celeste entre as vítimas do Hamas.
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"Ela entrou com o namorado no bunker e, depois, não tiveram mais notícias deles", afirma Rinat Balazs, filha de Flora Rosenbaum. Rinat retornou ao Brasil no último sábado (14), em um dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). "Ontem [sábado], o exército confirmou que ela está na lista de sequestrados", diz.
Um dia antes do atentado do Hamas, Celeste jantou com a avó de 94 anos, a mãe e o irmão. Em seguida, foi para casa. Os ataques começaram no sábado (7) por volta das 6h30.
"Foi um ataque de grande escala e, depois, começaram a chegar os terroristas atacando esse e outros lugares da região", conta Mario Ricardo Fishbein, tio de Celeste. "Eles queimavam as casas para as pessoas saírem e aí disparavam ou sequestravam."
A última mensagem enviada por Celeste no grupo da família foi por volta de 11h25 do dia 7 - cinco horas depois do início do ataque. "Depois, não recebemos mais mensagem nenhuma", diz Fishbein. "De alguma forma ou outra entraram na casa da Celeste, mas não tem marca de sangue. O que quer dizer que não mataram eles dentro do bunker que estavam. Não sabemos qual a situação dela, se está viva ou morta."
A mãe de Fishbein, a irmã e o sobrinho foram resgatados depois de 20 horas trancados em um bunker. "Por sorte, não aconteceu nada grave com eles."