Chega a 201 número de mortes em seita de jejum no Quênia que prometia 'conhecer Jesus'

Denúncias a órgãos oficiais também relatam cerca de 600 pessoas desaparecidas nas proximidades do local das mortes

Escrito por Redação ,
Homens carregam corpo de vítima de massacre no Quênia
Legenda: Corpos foram encontrados em floresta
Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Já chega a 201 o número de pessoas mortas em práticas de jejum extremo promovidas por uma seita religiosa no Quênia, conforme atualização deste sábado (13) da prefeita regional Rhoda Onyancha. Mais 22 corpos foram descobertos recentemente. 

Os mortos integravam a Igreja Internacional das Boas Novas. Segundo as investigações, o fundador da igreja, Makenzie Nthenge, incentivava os seguidores a fazerem jejum total "para conhecer Jesus".

A prefeira regional Rhoda Onyancha afirmou que, até agora, 26 pessoas foram detidas por envolvimento no caso — incluindo Nthenge, que foi preso em 14 de abril, depois da descoberta das primeiras fossas.

Outros presos são membros de uma "gangue de capangas", que vigiavam os fiéis para que ninguém quebrasse o jejum ou tentasse fugir da floresta de Shakahola, local das mortes.

Rhoda disse ainda ter recebido denúncias de cerca de 600 pessoas desaparecidas, algumas delas moradoras de aldeias próximas à floresta. A procura por mais corpos só será retomada na terça-feira (16), após reorganização das investigações.

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Causa das mortes

Parte dos corpos encontrados no início das buscas estava depositada em vala comum na floresta de Shakahola, onde o grupo costumava se reunir para os cultos. Os investigadores chegaram à região após denúncia.

As necropsias realizadas até o momento mostram que a maioria das vítimas, incluindo crianças, morreram de fome. Porém, também há indícios de pessoas estranguladas, espancadas ou sufocadas.

No fim de abril, o presidente do Quênia, William Ruto, prometeu adotar medidas ofensivas contra seitas religiosas — isso quando o número de vítimas estava em 73. "O que vimos em Sakhola é algo característico de terroristas", declarou o presidente.
 

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