Vídeo mostra babá entre apartamentos ao pular de prédio para fugir da patroa, na Bahia
Outras seis ex-funcionárias de Melina Esteves França relataram agressões ou falta de pagamentos. Ela prestou depoimento à Polícia Civil e foi liberada
Um vídeo gravado por um morador do bairro do Imbuí, em Salvador, na Bahia, mostra quando a babá que pulou do terceiro andar do prédio para fugir da patroa, suspeita de mantê-la em cárcere privado, ficou entre os apartamentos depois da queda, na quarta-feira (25).
Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos. que trabalhava no local há uma semana, contou como começaram as agressões, que terminaram na fuga pelo basculante do banheiro, no terceiro andar do prédio.
“Ia fazer oito dias hoje [que estava trabalhando lá], mas a agressão começou na terça-feira. Começou porque eu falei para ela que não dava mais para mim, que eu ia sair na quarta-feira. Aí ela falou: ‘Vou te mostrar, vagabunda, se você sai’. E aí começou a me agredir”, lembrou.
Outras seis ex-funcionárias relataram agressões ou falta de pagamentos por parte de Melina Esteves França, que prestou depoimento à Polícia Civil na quinta-feira (24), e foi liberada logo após a oitiva. Na saída da delegacia do bairro Boca do Rio, ela não quis falar com a imprensa.
Ela, que é mãe de trigêmeos e mais um filho, está sendo investigada se cometeu crime de cárcere privado contra a ex-funcionária.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, Melina disse, durante a tarde de quinta-feira (26), que Raiana e ela entraram em uma luta corporal e, depois, a babá teria se trancado no banheiro, de onde se jogou pelo basculante. A patroa afirmou, também, que teria ligado para a Polícia Militar antes da queda.
Denúncias
Pelo menos outras seis ex-funcionárias de Melina Esteves França relatam situações semelhantes ao que aconteceu com Raiana: comportamento agressivo, ausência de registro e recusa de pagar pelo trabalho de babás ou empregadas domésticas.
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"Os fatos são idênticos aos da Raiana e a semelhança do que acontecia era a mesma. Mantinham-se as empregadas em cárcere privado, privava-se do celular, de alimentação, bebida e todas não recebiam o seu salário para o seu trabalho", explicou o advogado das vítimas, Bruno Oliveira.
A Polícia Civil da Bahia segue com as investigações sobre o caso para saber se Melina cometeu crime de cárcere privado com Raiana.