Terçol: o que é, qual a causa e qual é o tratamento
Especialista tira dúvidas sobre o processo inflamatório que geralmente é confundido com calázio
O hordéolo, popularmente conhecido como terçol, é um processo inflamatório e infeccioso formado nas glândulas sebáceas e sudoríparas, que ficam localizadas nas pálpebras, responsáveis pela proteção dos olhos.
A lesão ocular que acarreta um nódulo vermelho é geralmente confundida com calázio, um cisto não infeccioso com sintomas menos dolorosos.
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Recomendações
Na noite anterior à apresentação do terçol a pessoa pode sentir coceira, e a pálpebra fica inchada. É recomendado evitar a maquiagem, bem como deixar de usar lentes de contato no olho afetado.
Para a administração do terçol, são recomendados colírios ou pomadas com antibióticos receitados por um oftalmologista.
Medicamentos
Pacientes idosos ou que estão muito debilitados têm como pedir ao médico antibiótico por via oral para que o processo não se prolifere da pálpebra para outras regiões.
De acordo com a oftalmologista Carolina Sampaio, no hordéolo (terçol), o paciente com terçol apresenta um quadro clínico considerado mais agudo, com dor, vermelhidão, calor local e edema.
Nele, há uma área que fica mais amarelada, com secreção purulenta (pus). A região, explica a médica, pode drenar ou supurar (gerar pus) espontaneamente. Some, geralmente, depois de dois ou três dias.
Sintomas do terçol:
- Visão embaçada;
- Coceira;
- Lacrimejamento;
- Fotofobia (sensibilidade à luz intensa).
A especialista informa que os sintomas do calázio são mais brandos, e o paciente não apresenta dor, nem vermelhidão.
Também segundo Carolina Sampaio, pode haver um certo inchaço, mas caracterizado por uma área de nodulação (nódulos), que pode ser pequena ou grande. Costuma regredir espontaneamente entre dois e três dias, mas pode durar mais tempo.
Defeito de refração
O Ministério da Saúde alerta que o aparecimento frequente de calázios pode indicar algum defeito de refração.
Miopia, hipermetropia e astigmatismo são exemplos de problemas causados quando ela (refração) não funciona da maneira correta.
Outros sintomas de calázio:
- Dor leve e inchaço, inicialmente;
- Granuloma indolor que aumenta de tamanho ao passar do tempo;
- Visão turva, caso o granuloma cresça muito. Se isto acontece, ele pode pressionar o globo ocular.
"Nestes casos, a pessoa pode ter um quadro clínico mais rápido, com mais solução espontânea, ou, muitas vezes, um quadro clínico mais arrastado, podendo durar, inclusive, meses".
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Fatores de risco
Conforme a oftalmologista, existem alguns fatores que podem estar associados ao risco maior do desenvolvimento de calázio ou terçol, como:
- Alimentação pobre em ácidos graxos, como ômega 3;
- Presença de alterações de pele, como excesso de oleosidade ou processos infecciosos próximos da região dos olhos;
- Pacientes portadores de blefarite, que é um processo inflamatório crônico das pálpebras, onde há um excesso de oleosidade nos cílios e obstrução das glândulas palpebrais;
- Quando acontece o desbalanço hormonal, estresse;
- Manipulação excessiva na região dos olhos em quem usa lentes de contato, ou alérgicos, que acabam coçando aquela área;
- Uso de algumas medicações, alguns antibióticos, colírios para glaucoma também podem ser fatores de risco para surgimento do calázio ou terçol.
Tratamento
- Clínico: colírios ou compressas mortas, antibióticos orais. Quando não atua de maneira eficaz, é indicado o cirúrgico. É dada ao paciente uma anestesia local, e ele volta para casa no mesmo dia.
- No pós-operatório: são prescritos analgésicos e anti-inflamatórios. Segundo a médica, é algo relativamente tranquilo e seguro, mas vale salientar que a lesão pode voltar. Pode surgir uma nova ou a anterior.
Medidas preventivas
- Calor local: compressas mornas favorecem a drenagem da secreção, diminuindo as glândulas palpebrais de maneira mais eficaz;
- Higiene dos cílios: use shampoos ou lenços específicos para área. Deve ser feita diariamente, pois a secreção acontece sempre;
- Melhorar a alimentação;
- Controlar desbalanços hormonais, como estresses;
- Evitar o uso excessivo de telas, pois quando estamos fazendo isso, diminuímos a frequência do ato de piscar, e isso reduz a renovação do filme lacrimal;
- Evitar a manipulação excessiva na região dos olhos, porque as mãos podem estar sujas.
Se houver o surgimento recorrente de terçol ou calázio, a orientação é procurar um especialista - no caso, um médico oftalmologista - para ele fazer exames e, assim, avaliar o caso.