O que é herpes? Conheça os sintomas, veja os tipos e qual o tratamento

Doença, considerada leve, tem três tipos conhecidos e pode se manifestar ao longo da vida

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@svm.com.br
Pessoa com herpes no lábio
Legenda: Forma mais comum e mais simples da doença deixa bolhas na região oral do paciente
Foto: Shutterstock

Coceira, dor e bolhas dolorosas com líquido, esses são alguns dos sintomas mais comuns da Herpes, doença causada pelo vírus 'Herpes Simples Virus'. Atingindo as células da pele, mucosas ou até mesmo o sistema nervoso central do corpo humano, a herpes é uma doença infecciosa leve, mas que, apesar de ser considerada dessa forma, requer alguns cuidados por conta da transmissão e tratamento. 

Segundo a dermatologista Hercília Queiroz*, o vírus em questão se aproveita da imunidade celular para trazer episódios, seja pela primeira vez ou de forma recorrente. Isso ocorre por causa do contato inicial com ele, que geralmente pode ocorrer ainda na infância.

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"O contato inicial com o vírus acontece geralmente na infância e, então, ele acaba se manifestado em outro momento. Dependendo do organismo, o paciente pode ter e sofrer varias infecções ao longo da vida", explica a profissional.

Alguns fatores, como a exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções, que acabam por diminuir a resistência imunológica, podem desencadear a doença.

Quais os tipos de herpes?

Entretanto, para entender como a doença se manifesta, é necessário saber quais os tipos e subtipos que os vírus são capazes de causar. No caso da herpes, três são os mais conhecidos, segundo a comunidade científica.

O tipo 1, chamado de 'herpes simples 1 (HSV), é o mais comum, geralmente se manifestando nas lesões orais. Já o tipo 2, é o responsável pelas lesões na região genital do paciente, muitas vezes contraído por meio do ato sexual. 

imagens do vírus da herpes em fundo colorido
Legenda: O contato com o vírus pode acontecer ainda na infância
Foto: Shutterstock

Ainda conforme informações da dermatologista Hercília Queiroz, a avaliação médica pode ajudar a entender qual o tipo em questão. "Existe o herpes simples, que tem a maior quantidade de infecção em seres humanos. Já o outro subtipo é mais agressivo, o Zóster traz um processo inflamatório a nível de nervos, que traz ocorrências mais exacerbadas", comenta ela.

O último citado pela profissional é o subtipo 3, conhecido como Herpes Zóster. Esse último é uma infecção originada pelo mesmo vírus que causa a varicela, conhecida popularmente como a Catapora. 

Quais os sintomas da doença?

Tanto na região da boca como na região das genitais, as queixas dos pacientes são muito semelhantes sobre a doença. "Ela se caracteriza basicamente pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em poucos dias, transformam-se em pequenas úlceras acompanhadas de ardência e dor local", é o que comenta a ginecologista e obstetra Mayna Moura.

A médica explica que o período de incubação do vírus é de 8 dias, em média, mas pode variar de 1 a 26. Enquanto isso, o período de transmissibilidade também é variável de 4 a 12 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas.

Porém, além disso, ele também pode dar alguns outros sinais de que se manifestará. "Nos casos mais comuns, são sintomas não específicos que surgem antes das lesões, como é o caso da indisposição, febre, dor de cabeça. Depois, aparecem alguns como dor, formigamento e coceira", expõe Hercília Queiroz. 

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Nesse sentido, ela também alerta que, em casos simples, não se deve criar um pânico, por que ela é leve, mas apesar disso ele tem alta capacidade de contágio. No entanto, é sempre importante evitar contato com essas lesões.

É possível saber de quem peguei herpes?

Conforme as informações passadas pela ginecologista, a determinação exata de onde ou quando se adquiriu o vírus torna-se difícil, justamente por conta do período de incubação da doença e até mesmo do processo de transmissão.

Existem casos graves de herpes?

Apesar de considerada uma doença leve, existem alguns casos específicos nos quais a Herpes pode aparecer de forma mais complicada. 

"Considerando pacientes imunossuprimidos, que estão em tratamento de quimioterapia, que portam o vírus do HIV ou fazem radioterapia, o cuidado com a Herpes é maior. Esse perfil de paciente pode ter uma consequência da infecção que acaba atingindo o sistema nervoso central, o que é mais perigoso", completa Hercília.

Dessa forma, é preciso manter o acompanhamento médico direto. Segundo ela, a fraqueza do sistema imunológico pode acarretar a presença de novas doença, sendo assim,  manter um tratamento evita possíveis internações. 

Herpes tem cura?

Apesar de não ser citada uma cura específica para a doença, a Herpes pode ser tratada clinicadamente, o que acaba reduzindo os casos de crises da doença. Normalmente, o esperado é que as inflamações causadas por ela levem de 5 a 10 dias para o desaparecimento completo.

Pessoas com herpes podem doar sangue?

Para doação de sangue, é considerado uma contraindicação relativa. Dessa forma, se a pessoa estiver com a doença ativa, não é permitido.

Outra questão, quando se fala da herpes genital, é o parto. "Lembro que uma atenção importante é para a transmissão que pode haver de mãe para filho durante o parto, quando a mãe apresenta lesões herpéticas ativas no canal vaginal. A presença de herpes ativo é uma da contraindicações ao parto vaginal", finaliza Mayna Moura.

*Hercilia Queiroz (@draherciliaqueiroz) é médica dermatologista formada pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Com atuação em dermatologia clínica, cirúrgica, depilação a laser, toxina botulínica e preenchimento. Mestranda em Ciências Médicas pela UNIFOR.

**Mayna Moura é graduada em Medicina pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), com 10 anos de experiência na área. Especialista em ginecologia e obstetrícia, com ampla atuação no Hospital Geral Dr César Cals e membro diretora da clínica Femme Vie. Preceptora do internato e residência médica no Hospital Cesar Cals e preceptora do internato de uma universidade particular em Fortaleza. 

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