Caqui: conheça benefícios, como comer e formas de cultivar

Fruta auxilia no combate à doenças cardiovasculares e retarda o desenvolvimento de doenças crônicas

Escrito por Isabella Rifane* ,
Caquis em cesta de palha
Legenda: No Brasil, cultivo da fruta concentra-se nas regiões Sul e Sudeste
Foto: Shutterstock

Com casca alaranjada e cabendo na palma da mão, o caqui pode aparentar ser só mais um dos muitos frutos disponíveis no Brasil, mas engana-se quem resolve subestimá-lo. No combate a problemas intestinais e cardíacos, a fruta é uma aliada poderosa.

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Além de ajudar a combater doenças, o caqui é uma ótima opção para os praticantes de atividades físicas, já que o fruto garante mais energia e disposição

O Diário do Nordeste explica quais os benefícios proporcionados pela fruta e como ela pode ser consumida e cultivada. Confira!

O QUE É CAQUI?

O caqui é uma fruta asiática, que chegou ao Brasil durante a imigração japonesa, no início do século passado, e não demorou a se adaptar ao clima do país sul-americano, desenvolvendo-se bem tanto nas regiões de clima temperado quanto nas localidades tropicais

Atualmente, a produção do fruto, conhecido pelo gosto adocicado e agradável, concentra-se nas regiões Sul e Sudeste do País.

Tipos de caqui  

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), existem três tipos de caqui:

  • Amagaki: Possuem polpa firme e apresentam coloração amarelada quando maduros (variedades desse tipo: Fuyu, Jiro e Fuyuhana).
  • Sibugaki: Têm coloração avermelhada e precisam de tratamento especial depois da colheita para que se tornem comestíveis, já que deixam uma sensação ruim na boca causadas pelo tanino, uma substância orgânica presente em sua composição (variedades desse tipo: Taubaté, Pomelo e Rubi).
  • Variável: Podem ter tanto polpa amarela, sem sementes, e nem tanino, quanto polpa escura com sementes e tanino (variedades desse tipo: Rama Forte, Giombo e Kaoru).

Caquis amagaki em caquizeiro
Legenda: Caquis do tipo 'Amagaki' possuem coloração amarelada
Foto: Shutterstock

COMO PLANTAR CAQUI?

Primeiramente, é necessário entender quais os tipos de solo e clima mais indicados para o plantio do caqui: de acordo com artigo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o fruto se desenvolve melhor em regiões de clima temperado e tropical, que possuam solo profundo, bem drenado, alto teor de matéria orgânica e boa capacidade de retenção de água

Na hora de plantar a muda, é importante “compactá-la” bem no solo, que deverá estar úmido e na sombra. Após o plantio, o vegetal deverá ser irrigado, como forma de evitar a formação de bolsas de ar ao redor das raízes, potencializando, assim, o contato delas com o solo. 

Vale lembrar que o melhor período para plantar as mudas é na temporada chuvosa, época em que as temperaturas permanecem amenas e a irrigação é constante.

Caquizeiro em um campo
Legenda: Caquizeiro deve ser plantado em área espaçosa
Foto: Shutterstock

O caqui pode atingir de 3 a 15 metros de altura. Então, é necessário que o vegetal seja plantado em um local aberto e espaçoso.

BENEFÍCIOS DO CAQUI

Auxilia no sistema imunológico 

A nutricionista Marina Fortes* explica que consumir o fruto alaranjado pode fortalecer as defesas do organismo, já que ele é rico em vitaminas A e C, elementos essenciais para o bom funcionamento do sistema imunológico

Ação antioxidante

Outros nutrientes encontrados no caqui são as substâncias antioxidantes. Conforme explicado por Marina Fortes, esses componentes retardam o desenvolvimento de doenças crônicas, como o câncer.

Uma pesquisa da Universidade de Brasilia (UnB), desenvolvida pela nutricionista Luana Taquette Dalvi, reforçou a ação antioxidante da fruta, demonstrando que substâncias presentes no caqui impedem que radicais livres danifiquem células e tecidos do corpo, dificultando o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Reduz a pressão arterial

Segundo o nutricionista Sérgio Torres**, a fruta é rica em fibras, substâncias que, além de reduzir o colesterolruim”, contribuem para a diminuição da pressão arterial, melhorando, assim, a saúde cardiovascular

Caqui sendo cortado para servir de ingrediente em receita que leva queijo e mel
Legenda: Consumo constante de caqui pode prevenir problemas cardíacos
Foto: Shutterstock

Também de acordo com o profissional, o caqui ainda ajuda a conter o índice glicêmico dos alimentos, o que auxilia no controle da diabetes tipo 2.

Mais energia na hora de praticar exercícios

Pós-graduada em Nutrição Esportiva aplicada ao Exercício Físico, Marina Fortes destacou o uso da fruta como “pré-treino”, já que o caqui apresenta alto teor energético. O alimento também pode ser incluído como “pós-treino”, pois auxilia na recuperação de glicogênio muscular, um dos estoques de energia do corpo humano.

O caqui também é rico em cálcio, ferro, potássio e fósforo, elementos importantes para os praticantes de exercícios físicos. 

COMO CONSUMIR CAQUI

Ao introduzir a fruta asiática no cardápio diário, é possível explorar várias formas de consumo, que vão do cru ao cozido. Para escolher o melhor método, Sérgio Torres explica de quais modos o caqui pode ser consumido:

  • Cru: Descascado ou não, a dica do nutricionista sobre a forma de consumo é cortar a fruta em fatias, ou pedaços, e comê-la como lanche. 
  • Em saladas: Quando colocado em saladas, o caqui adiciona um toque doce e textura crocante, incrementando o prato.
  • Smoothies: Nesse modo, o caqui deve ser descascado, cortado em pedaços e batido no liquidificador com outras frutas e um pouco de água ou suco.
  • Doces: Versátil, a fruta pode ser usada em sobremesas e doces, como bolos, pudins e tortas. 
  • Cozido: Quando cozido, o fruto pode aparecer como acompanhamento para carnes ou como ingrediente em pratos mais elaborados, garantindo um sabor adocicado. 

Pedaços de caqui sobre prato de porcelana
Legenda: Quando cortada em pedaços, fruta pode ser uma ótima opção para café da manhã ou lanche da tarde
Foto: Shutterstock

Caqui Principais dúvidas sobre a fruta

*Marina Fortes é nutricionista clínica, possui pós-graduação em Nutrição Esportiva aplicada ao Exercício Físico e é especialista em Modulação Intestinal e Saúde da Mulher. 

**Sérgio Torres é nutricionista, graduado pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

***Débora Mesquita é médica veterinária, especialista em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, e pós-graduanda em Dermatologia de Cães e Gatos.

 

*Sob supervisão de Mariana Lazari.

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