Justiça Estadual nega soltura de 'Fuminho', acusado de matar 'Gegê' e 'Paca'
Defesa do réu alegou que ele tinha um trabalho lícito em uma ONG na África do Sul e que não há motivos para mantê-lo preso pelo duplo homicídio
A Justiça Estadual rejeitou mais um pedido de liberdade para um acusado de matar os líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em fevereiro de 2018. Desta vez, o pedido foi feito por Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho'.
A decisão foi formulada pelo colegiado de juízes da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz, ainda antes do recesso forense, em 17 de dezembro de 2020. Conforme os magistrados, permanecem "as razões invocadas para a decretação da prisão preventiva do acusado, não havendo que se falar de sua revogação ou de concessão de liberdade provisória".
A defesa de 'Fuminho' alegou, no pedido feito em 3 de dezembro último, que a prisão preventiva era "desmedida excessivamente punitiva"; que o acusado realizava atividade lícita na Árica do Sul, desde junho de 2019, atuando na Organização Não-Governamental (ONG) Chinmaya Seva Trust; e que não há motivos que comprovam a participação do réu no duplo homicídio. O Ministério Público do Ceará (MPCE) se posicionou contra a soltura do preso.
'Fuminho' foi preso em Moçambique, na África, no dia 13 de abril de 2020, em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF), do Itamaraty, da Drug Enforcement Administration (DEA) - do Departamento de Justiça dos Estados Unidos - e do Departamento de Polícia de Moçambique. Ele é apontado como o braço direito do número 1 do PCC, Marcos William Herbas Camacho, o 'Marcola', no tráfico de drogas da facção paulista, que tem braços em todo o Brasil e até em outros países.
Conforme a denúncia do MPCE, 'Fuminho' também é o mandante dos assassinatos dos antigos comparsas 'Gegê do Mangue' e 'Paca', em uma aldeia indígena em Aquiraz, no dia 15 de fevereiro de 2018. O nome do acusado foi encontrado em um bilhete, trocado entre membros da facção criminosa, em um presídio em São Paulo. A motivação do crime seria uma suspeita de desvio de dinheiro do PCC para uma vida de luxo que a dupla levava no Ceará.
Além dele, já foram presos pelo duplo homicídio André Luís da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada'; Carlenilton Pereira Maltas; o piloto Felipe Ramos Morais; e Jefte Ferreira Santos. Outros cinco réus estão foragidos.