Jovem mantida refém no porta-malas de carro seria levada à área isolada do campus do Pici, da UFC

De acordo com a Guarda Municipal, o intuito do grupo era matá-la.

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
Legenda: Com os suspeitos, foi encontrado um revólver calibre . 38. O caso foi levado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), pois um menor de idade no veículo

A jovem de 19 anos que foi torturada, raptada e mantida refém no porta-malas de um carro, na última terça-feira (5), seria levada a uma área isolada do campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Segundo a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), o grupo pretendia matá-la. De acordo com a Polícia Civil, a motivação seria vingança do bando contra o suposto namorado da vítima, mas ela nega ter envolvimento com o homem. 

Quando foi resgatada, a jovem, sem antecedentes criminais, informou aos guardas municipais que a trava do porta-malas estava quebrada e que, percebendo isso, colocou uma das mãos para fora, com o objetivo de chamar a atenção das pessoas, para salvá-la da execução. 

O coordenador das células de proteção comunitária da GMF, Paulo Martins, na última segunda-feira (4), a jovem foi vista pelo grupo que a raptou conversando com um homem, na Rua Padre Mororó, no Centro. Ele seria apenas conhecido dela, conforme a própria vítima. O homem é apontado como matador de pessoas, de acordo com o coordenador.

No dia seguinte, a jovem foi vista pelo bando na Rua São Paulo, também no Centro, local que ela costumava ir. Por volta das 15 horas, o grupo chegou perto dela em um carro, conversou e pediu informações sobre o homem com quem ela foi vista na segunda-feira (4). 

Tortura

Segundo Paulo Martins, a jovem não passou informações e foi colocada no carro, no banco do passageiro. Dentro do carro havia quatro pessoas: uma mulher, dois homens e um adolescente. Os suspeitos levaram ela para um estacionamento de pequeno porte na Rua Padre Mororó, também no Centro. 

"No local, os suspeitos tiraram a vítima no carro e passaram a agredi-la. Apenas um funcionário estava no local e informou que não ouviu as agressões. Como ela começou a falar alto, os suspeitos a colocaram no porta-malas do carro. A trava do porta-malas estava quebrada, e eles não conseguiram fechar", afirma o coordenador das células de proteção comunitária da GMF.

Denúncia

No trajeto, a jovem percebeu que a trava do porta-malas estava com defeito, e colocou uma das mãos para fora, com o objetivo de chamar a atenção de quem passava, para salvá-la. Quando o carro passava com a vítima na Rua Pará, no bairro Panamericano, um casal notou a mão dela para fora do porta-malas e filmou o fato. 

Mais à frente, o casal viu uma equipe da Guarda Municipal, que estava acompanhando funcionários da Prefeitura de Fortaleza que podavam árvores na região, e denunciou o ocorrido. Cerca de quatro quarteirões depois, a composição deu ordem de parada ao motorista, e a vítima saiu do porta-malas informando aos agentes que o bando iria matá-la. 

Capturas e apreensão

Os quatro suspeitos foram abordados e, com eles, foi encontrado um revólver calibre 38. O caso foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), pois havia um menor de idade no veículo. 

Na DCA, a jovem mantida refém no porta-malas relatou que foi submetida a sessões de tortura para dar informações sobre um homem envolvido no homicídio do primo do adolescente apreendido. Os quatro foram autuados em flagrante na sede da especializada.  

Agradecimento

"Nós acreditamos que a participação da população foi primordial, pois se essas pessoas não tivessem fotografado e acionado a equipe da Guarda Municipal, a vítima teria sido executada. Ela nos agradeceu bastante, pois tinha total certeza de que naquele dia teria sua vida ceifada", explicou o coordenador da GM

Logo após, conforme a Guarda Municipal, a jovem foi levada à sede da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), onde realizou exames de corpo de delito e, em seguida, foi liberada. "Agora, provavelmente, ela poderá ser colocada em um programa de testemunhas", diz o coordenador das células de proteção comunitária da GMF, Paulo Martins.

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