Contadora morreu estrangulada dentro de casa em Aquiraz, diz perícia; nova suspeita é presa

Kaianne Bezerra morreu após seu marido forjar um episódio de latrocínio para conseguir o seguro de vida dela

Escrito por Matheus Facundo , matheus.facundo@svm.com.br
foto da contadora kaianne, que foi morta por estrangulamento em Aquiraz
Legenda: Anteriormente, a Polícia acreditava que Kaianne havia sido morta com uma paulada na cabeça
Foto: Reprodução

A contadora Kaianne Bezerra Lima Chaves, de 35 anos, morreu vítima de estrangulamento, segundo aponta laudo pericial divulgado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) nesta quinta-feira (21). Anteriormente, a Polícia Civil trabalhava com a hipótese de que ela teria falecido com uma paulada na cabeça, após depoimento de um dos suspeitos. 

O exame cadavérico apontou "asfixia mecânica em decorrência de esganadura'. O corpo de Kaianne, que foi morta em sua casa em Aquiraz, na Grande Fortaleza no dia 26 de agosto, passou também por exame de necropsia. 

"Foram coletados vestígios para exames complementares para chegar ao autor do crime. Ao término de todos os levantamentos periciais necessários, os laudos serão encaminhados para a Polícia Civil", diz a PC-CE.

Nova suspeita presa 

Nessa quarta-feira (20), uma mulher foi presa em posse de um dos celulares de Kaianne, no bairro Jardim das Oliveiras. Antônia Carliani do Nascimento, de 32 anos, foi apontada pelas investigações como a receptora do aparelho de trabalho da contadora morta. O celular foi devolvido por policiais à família de Kaianne. 

celular funcional de contadora morta em aquiraz
Legenda: Mulher presa estava em posse de celular funcional da contadora
Foto: Divulgação/PC-CE

"Em meio às investigações, o serviço de inteligência da PC-CE chegou ao celular da vítima localizado no bairro Jardim das Oliveiras (AIS 7), em Fortaleza. Carliani foi presa em flagrante em uma residência do bairro. O celular da contadora encontrava-se com um dos filhos da mulher. No imóvel, foi encontrado ainda outro celular fruto de outro roubo", diz o órgão de segurança. 

Segundo o trabalho investigativo, Antônia recebeu o celular das mãos de Adriano Andrade Ribeiro, o motorista de aplicativo envolvido no crime. Suspeita-se de que outros itens subtraídos da casa da vítima tenham sido deixados na casa. 

A mulher presa já responde por porte de arma de fogo. Ela foi autuada em flagrante por receptação e levada à Delegacia Metropolitana de Aquiraz, onde foi colocada à disposição da Justiça.  

Marido encomendou o crime

As investigações policiais sobre a morte de Kaianne Bezerra tiveram uma reviravolta em meio às diligências e apontaram que o marido dela teria encomendado o crime. Leonardo Nascimento Chaves foi preso por suspeita de feminicídio no dia 5 de setembro, ao sair da casa da sogra.

A motivação do crime seria o desejo do suspeito de obter um seguro de vida, no nome da esposa, no valor de R$ 90 mil, para pagar dívidas. A Polícia levantou a informação que ele podia viajar para o exterior nos próximos dias.

A Polícia Civil teve acesso a imagens de câmeras de um estacionamento de um shopping, localizado em Aquiraz, que mostraram Leonardo Nascimento Chaves conversando com o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro e um adolescente - que viriam a ser capturados pelo suposto latrocínio - por volta de 20h35 daquela noite de 26 de agosto, poucos minutos antes da morte de Kaianne Bezerra Lima Chaves.

No total, há cinco suspeitos do crime: o marido mandante, o motorista de aplicativo que fingiu render o companheiro de Kaianne, o adolescente apreendido que teria sido o autor do estrangulamento (antes dizia que era uma paulada), um homem de 27 anos autuado no dia 12 de setembro que aceitou esconder os objetos roubados — uma televisão e cafeteira da casa da contadora —, e a mulher presa nessa quarta-feira (20)

Televisão e cafeteira roubada da casa de contadora
Legenda: Um homem foi autuado por ceder sua casa para esconder objetos roubados da casa da contadora Kaianne
Foto: Divulgação/PC-CE
 

As investigações ainda descobriram que as câmeras de segurança da casa da vítima estavam desligadas no momento em que os executores chegaram a residência para forjar um "assalto". 

 

 
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