Caso Kaianne: câmeras de segurança da casa de contadora estavam desligadas e criminosos desarmados

Marido da vítima é suspeito de ser o mandante do crime

Escrito por Alessandra Castro , alessandra.castro@svm.com.br
Kaianne Chaves foi morta com uma paulada na cabeça, dentro da sua residência, em Aquiraz
Legenda: Kaianne Chaves foi morta com uma paulada na cabeça, dentro da sua residência, em Aquiraz
Foto: Reprodução

A investigação sobre o assassinato da contadora Kaianne Bezerra Lima Chaves, de 35 anos, em Aquiraz, apontou um novo desdobramento que fortalecem a tese de feminicídio. As câmeras de segurança da casa da vítima estavam desligadas no momento em que os executores chegaram a residência para forjar um "assalto". A contadora foi morta com uma paulada fatal na nuca no dia 26 de agosto, dentro de sua própria casa. 

Inicialmente, a Polícia Civil investigava a tese de roubo seguido de morte. No entanto, com o avanço da investigação, foi identificado que o marido da vítima, Leonardo Nascimento Chaves, de 41 anos, teria se encontrado com o homem e o adolescente que cometeram o crime.  

Agora, em um novo desdobramento mostrado pelo Fantástico, da TV Globo, a Polícia apontou que as câmeras de segurança da casa da vítima estavam desligadas e que os supostos assaltantes estavam desarmados. Além disso, o marido da vítima também teria combinado com os executores o horário em que estaria aguando as plantas para que a dupla simulasse um assalto.

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Diretor da Polícia Judiciária do Ceará, o delegado Gustavo Pernambuco disse, ao Fantástico, que a linha de investigação começou a mudar após a captura e coleta do depoimento dos executores. 

"No momento que a gente toma o depoimento dos executores, a gente percebe uma facilitação e uma série de informações sobre a residência, o que não é comum. E a gente começou buscar também onde estava o marido da vítima momentos antes do crime. Ali, a gente descobriu que tudo que estava sendo passado tratava-se de uma farsa, de um teatro, que estava sendo feito pelo marido da vítima" 

"Ele já havia combinado que os executores podiam levar qualquer objeto da residência e, em um segundo momento, o valor dessa apólice de seguro de vida, eles iriam receber uma parte", acrescentou o delegado. 

Para a Polícia, Leonardo planejou o crime para receber a apólice de um seguro de vida da vítima, recém-contratado, no valor de R$ 60 mil. 

'Desencorajou busca de informações' 

O Fantástico também mostrou que o marido da vítima desencorajou a busca por Justiça e informações. Uma parente de Kaianne, que não quis se identificar, disse que ele pedia para parar de marcar os perfis de autoridades, nas redes sociais, para cobrar por Justiça. 

caso Kaianne
Legenda: Parente da vítima disse que marido desencorajava cobrança por justiça
Foto: Reprodução/TV Globo

"Ele desencorajava a busca por informações e justiça, dizia para parar de marcar autoridades nos perfis, parar de levantar a #justiçaporkaianne", declarou a parente que não quis se identificar. 

Tio de Kaianne, Luciano Moura Bezerra também desconfiou do comportamento de Leonardo acerca da investigação policial. 

"Eu falei não se preocupa, não, Léo, que vai ser descoberto. Eu tenho uns amigos que trabalham na investigação, e ele se preocupou em saber quem era, o que era", declarou o tio. 

A defesa de Leonardo alega que o crime é falsamente imputado ao marido da vítima. Ele foi preso na última terça-feira (5) ao sair da casa da sogra, em Fortaleza, poucas horas depois de ter a prisão preventiva decretada pelo juiz Caio Lima Barroso, do 4º Núcleo Regional de Custódia e Inquérito (Caucaia). 

O adolescente e o motorista de aplicativo acusados de executarem o crime foram capturados no dia 29 de agosto. 

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