Caso Maria Esther: 'Quero que ela pague', diz avó de menina morta por mãe e padrasto
A empregada doméstica Raimunda Farias é avó de Maria Esther Farias Campelo e mãe de Ana Cristina, apontada pela polícia como assassina da menina
A mãe da mulher apontada como assassina da própria filha de um ano e 10 meses foi à Coordenadoria de Medicina Legal, no Bairro Moura Brasil, para fazer a liberação do corpo da menina Maria Esther e disse que espera punição. “Quero que ela pague. Ela matou a filha dela. Por mim, ela vai apodrecer na cadeia, ela vai morrer lá. Eu não tenho mais filha. Eu perdi a minha neta. Ela não é mais minha filha", disse a empregada doméstica Raimunda Farias, chorando.
A avó da menina relatou que havia pedido para criar Maria Esther. "Pedi tanto a criança para criar e ela não me deu. Porque eu já suspeitava que eles vivam espancando ela. O pessoal sempre dizia. Aí eu ia lá, deixava cesta básica, ajudava ela todos os meses. Perguntava e ela dizia que era mentira. Aí eu não podia fazer nada. Teve uma vez que eu ia tomando a criança do braço dela, mas ela não deixou", disse Raimunda.
Raimunda também disse que a filha nunca usou drogas ou bebeu e que a neta foi bem cuidada até Ana Cristina conhecer o companheiro Franciel Lopes de Macedo. "Depois que ela (Ana Cristina) conheceu esse amaldiçoado, a bichinha (criança) começou a emagrecer, percebi que já tava sendo maltratada", acrescentou.
O caso
Ana Cristina Farias Campelo e Franciel Lopes de Macedo foram presos na manhã desta quarta-feira (21) suspeitos de matar a criança. Inicialmente o casal havia registrado um boletim de ocorrência na noite de terça-feira (20) informando que a criança havia sido raptada por suspeitos não identificados na Estrada dos Macacos, em Pacatuba.
O diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, Jocel Bezerra, disse que a criança foi espancada até a morte. O policial destacou que, durante depoimento, Ana Cristina manteve postura "fria" e sem arrependimento.
"Segundo eles, essa criança estava chorando pela madrugada. Ele reclamou desse choro e ela bateu tanto na criança que ela desfaleceu. Quando perceberam que a criança estava desfalecida por tantas pancadas, ele ainda jogou ela no chão. Os maus-tratos contra a criança eram corriqueiros", afirmou o delegado.