Decreto restringe capacidade de hotéis, pousadas e ranchos durante romaria em Juazeiro do Norte
Para a Romaria de Nossa Senhora das Dores, diferente do evento anterior ocorrido em julho, os romeiros não serão impedidos de entrar na cidade
Com a proximidade da Romaria de Nossa Senhora das Dores, uma das principais do calendário religioso de Juazeiro do Norte, o Município publicou um decreto, na última sexta-feira (3), restringindo a capacidade de hotéis, pousadas e ranchos em até 60% de suas capacidades.
A medida também proíbe a instalação de barracas ou outro tipo de estruturas de venda a partir de comerciantes vindos de outras cidades. A medida para conter a pandemia da Covid-19 será válida entre os dias 10 e 15 de setembro.
Decreto semelhante já havia sido adotado na romaria anterior, em memória da morte do Padre Cícero, que aconteceu no último mês de julho com programação presencial e virtual. Contudo, naquele momento, foi proibida a entrada de caminhões e ônibus de romeiros. Além disso, a restrição de público em templos, pousadas, hotéis e ranchos era de apenas 30%, quando também foi proibida a visita aos museus e à Estátua do Padre Cícero.
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Dessa vez, o decreto pontua que as atividades econômicas e religiosas autorizadas serão “fiscalizadas rigorosamente pelos órgãos públicos competentes”. As instituições religiosas poderão promover celebrações presenciais até as 22h, com limite de capacidade para 60% dos templos, um pouco abaixo do permitido pelo decreto estadual, que é de 70%.
Os comerciantes de outras cidades não poderão se instalar na cidade, mas continuam permitidos o funcionamento de barracas e outros tipos de lojas que já desempenham atividades em locais permanentes e que estejam cadastrados junto à Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos (Semasp). O descumprimento está sujeito a multa e outras medidas, como interdição.
Em nota, o Município ressaltou que manterá fiscalizações regulares que já vem sendo realizadas, assim como rondas coordenadas pela Autarquia Municipal de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju) seguirão ocorrendo “buscando identificar desobediências aos regramentos atualmente em vigor”, ressaltou.
Programação
A Basílica de Nossa Senhora das Dores de Juazeiro do Norte lançou sua programação para o evento, que acontece desde o dia 28 e vai até o próximo dia 15, dia da padroeira. Os atos litúrgicos, como missas, ofícios e oração do terço, acontecerão de forma presencial, respeitando os limites de capacidade de cada templo.
A Basílica de Nossa Senhora das Dores, que tem capacidade para receber 350 fiéis sentados, poderá receber até 200 pessoas. Já a Capela do Perpétuo Socorro, onde também acontecem os atos litúrgicos, chega a acolher 60 devotos.
Já os momentos tradicionais com caráter de aglomeração, como o show do chapéu, por exemplo, serão de forma virtual (com transmissão ao vivo da TV Web Mãe das Dores) ou suspensos, como a tradicional procissão dos transportes, que acontece no dia 14.
A procissão com imagem da padroeira, que acontece no dia 15, será substituída pelo passeio em carro-andor pelas ruas da cidade. A programação completa está no site da Basílica.
Aos poucos, estamos voltando a realizar nossas atividades. A programação foi pensada para que participemos deste forte momento de devoção, fortalecendo nosso espírito, mas com a consciência de que a pandemia do coronavírus ainda não acabou”
Romeiros e comerciantes se mobilizam
Antes da indefinição sobre a Romaria de Nossa Senhora das Dores, romeiros já se organizavam para vir a Juazeiro do Norte.
Segundo Sandra Lima, devota de União dos Palmares (AL), pelo menos três ônibus devem sair de sua cidade na próxima quarta-feira (8), em direção à terra do Padre Cícero. “Estamos muito ansiosos, porque nunca passamos tanto tempo longe de Juazeiro”, ressalta a romeira.
A ansiedade não é diferente para os comerciantes de outros estados. Os vendedores de rapadura, um dos produtos mais apreciados pelos romeiros, também devem vir à cidade, mesmo com a restrição do decreto.
“Uns dez caminhões que frequentam a romaria vão com 4 mil, 5 mil quilos de rapadura, só daqui”, conta o empresário Valdemir Adriano da Silva, que possui um engenho na cidade de Santa Cruz da Baixa Verde, em Pernambuco.
Porém, por enquanto, a procura em pousadas e hotéis não tem sido alta. Segundo o empresário Veldete Coelho, que gerencia um hotel no Centro da cidade, até agora foram feitas apenas cinco reservas durante o período da Romaria de Nossa Senhora das Dores.
“Devagarinho as coisas vão melhorar, mas nosso setor foi muito castigado. Espero que todos tomem vacina até o fim do ano para que volte ao normal”, projeta.