Roberto Cláudio defende união da oposição com Wagner e André: ‘Para proteger o Ceará'
Roberto Cláudio já teve Capitão Wagner como seu adversário direto em duas eleições. Já André Fernandes tornou-se uma das vozes mais incisivas contra o ex-prefeito durante a pandemia da Covid-19
Presidente do PDT Fortaleza, o ex-prefeito Roberto Cláudio defendeu, nesta quinta-feira (31), que integrantes da oposição no Ceará mantenham a aliança consolidada no segundo turno, quando ele e o presidente do União Brasil no Ceará, Capitão Wagner, apoiaram o então candidato André Fernandes (PL) na disputa na Capital. No primeiro turno, o pedetista esteve ao lado de seu correligionário, José Sarto (PDT), que disputava a reeleição, mas acabou derrotado. Wagner também foi derrotado na primeira etapa da disputa, ficando em quarto lugar no pleito. Já André travou uma acirrada disputa no segundo turno, mas Evandro Leitão (PT) acabou sendo eleito prefeito da Capital.
Roberto Cláudio revelou os planos que tem para a oposição no Ceará durante entrevista para a live do PontoPoder, comandada pelos jornalistas e editores do PontoPoder, Jéssica Welma e Wagner Mendes. Na visão do ex-prefeito, as lideranças de oposição “demonstraram força e um certo nível de organização” e agora precisam fazer uma gestão “coletiva” e “horizontal” dessa aliança em prol do Ceará.
"A partir desse apoio no segundo turno, com o apoio que foi dado pelo nosso grupo e do Wagner ao André Fernandes, há uma certa organização das forças que, mesmo distintas em muitos pensamentos, se uniram para proteger Fortaleza e o próprio Ceará de uma hegemonia perigosa"
“Isso não pode ser uma coisa de um, dois, três, quatro, cinco, seis ou sete, tem que ser de quem tem a mesma compreensão que, guardadas as diferenças de opiniões que um partido possa ter do outro ou uma pessoa da outra, a gente entende que é importante fazer uma corrente de união para proteger o Estado do Ceará. Isso precisa ser entendido, a gente precisa despersonalizar essa luta neste momento", completou.
Na entrevista, o pedetista reforçou que sempre acreditou “muito nos coletivos, na produção das ideias em conjunto, com espaços horizontais”. “Essa sempre foi minha filosofia: agregar, juntar. Acho que só o tempo vai tratar de colocar esse trem nos trilhos. Vamos ter que ser desprendidos de projetos pessoais para 2026", defendeu.
'Diferenças superadas'
Ex-adversário de Wagner e André, Roberto Cláudio já teve o dirigente do União Brasil como seu adversário direto em duas eleições, uma em 2016 (para a Prefeitura) e outra em 2022 (para o Governo). Já André tornou-se uma das vozes mais incisivas contra as medidas adotadas pela gestão do PDT em Fortaleza durante a pandemia da Covid-19, com críticas e acusações de corrupção contra o então prefeito.
Agora juntos na oposição, o pedetista revelou que a aproximação — ao menos com Wagner — não é recente. “Eu nunca tinha conversado com o Wagner pessoalmente até finalizar a minha eleição em 2022. Um amigo em comum promoveu um encontro, nós dois, recém-derrotados para o Governo, tivemos o primeiro encontro pessoal", disse.
A partir dali, segundo ele, ocorreram novas conversas “sobre política, sobre Brasil e sobre Estado”. “Esse tipo de convívio vai distensionando as coisas. Encontrei nele uma pessoa madura, responsável, que quer lutar pelo Ceará e que tem preocupações muito pertinentes e comuns às minhas", justificou.
"As nossas diferenças foram superadas e, agora, apesar de estamos em partidos diferentes, com posições diferentes sobre alguns temas, temos compreensão que é necessário, bom para o Ceará, bom para a democracia, energizar a nossa política. Ter quadros novos, gente nova, ideia nova, e a gente, mesmo com diferenças, tentar organizar uma oposição que possa ser a voz”, acrescentou.
Sobre André Fernandes, Roberto Cláudio disse que teve uma conversa reservada após o primeiro turno das eleições deste ano. Na entrevista ao PontoPoder, o pedetista minimizou as diferenças com o candidato derrotado do PL em Fortaleza.
"Eu acho que uma coisa é ser parlamentar e defender a pauta do seu partido, outra é virar candidato majoritário, ou faz você restringir ou ampliar horizontes, e o André claramente ampliou. E ele não ampliou cooptando, foi ampliando horizontes e ideias que foram incorporadas por ele, e reconhecendo coisas que ele se arrepende de ter feito no passado. Então, essa ampliação de horizontes e ideias foi o que deu a ele o status de uma importantíssima liderança política do Ceará", disse.
Para o ex-prefeito de Fortaleza, o candidato do PL sai como principal vencedor das eleições deste ano. Já o grupo do PT, segundo ele, deve sentir um gosto “amargo”, apesar da vitória nas urnas.
“Tenho certeza que é uma vitória que amanhece na terça-feira (após a eleição) com gosto de amargor na boca, porque a mensagem contra essa hegemonia do PT, contra essa força poderosa do PT, foi muito forte. Por outro lado, o André Fernandes acorda na terça-feira com o sentimento de dever cumprido, que conseguiu passar sua forte mensagem de mudança", concluiu.