Presidente do PT Ceará diz que partido não tem como comportar todos do grupo de Cid Gomes
Segundo o petista, aliados do senador e integrantes do PT já formam aliança em 45 municípios cearenses
Em meio aos convites para que o senador Cid Gomes deixe o PDT Ceará e se filie ao PT, a acomodação dos 43 prefeitos pedetistas que pediram desfiliação, além dos mais de 20 parlamentares que receberam carta de anuência, tornam a mudança partidária “praticamente impossível”. A avaliação é de Antônio Filho, o Conin, presidente do PT Ceará.
Em entrevista aos editores e colunistas de Política do Diário do Nordeste, Jéssica Welma e Wagner Mendes, o dirigente chegou a convidar o senador para seu partido, mas reconheceu a dificuldade da filiação.
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Cid vem travando uma queda de braço com dirigentes nacionais do PDT e já articula uma nova filiação partidária com seus correligionários mais próximos. Contudo, uma condição estabelecida pelo ainda pedetista é que toda a ala cidista desembarque no mesmo partido.
Para Conin, “aí reside a maior dificuldade”.
“Não temos como comportar todo o grupo, são 43 prefeitos, além de 15 deputados, isso tem repercussão em situações locais e regionais. Algumas (lideranças) têm alinhamento, não é dificuldade, mas outras têm contenciosos políticos com lideranças que estão no grupo do senador, então não é uma equação simples, talvez aí seja o gargalo”
Mapa político
O presidente do PT Ceará disse ainda que, em recente reunião com Cid, mapeou a situação do PT e do PDT em todos os municípios cearenses. No parecer dos dirigentes, dos 184, as duas siglas são aliadas em 45 cidades.
“Tirando as 45 das 184 ficam quantas? Nessas demais não vamos estar juntos, tem candidato de um lado e do outro. Isso não implica no tensionamento estadual, mas acomodar essas lideranças é praticamente impossível, um entra e o outro sai, é essa situação que, a meu ver, torna complicado acomodar o grupo inteiro no PT”, concluiu.
Novas filiações e prioridades para 2024
Enquanto os pedetistas não decidem o futuro político, o PT segue agregando mandatários a seus quadros aproveitando o momento político favorável. A sigla, que elegeu 18 prefeitos cearenses em 2020, já chegou ao comando de 32 prefeituras. A ideia da sigla é filiar a 40 prefeitos até as eleições. Para o pleito do próximo ano, a meta é eleger cerca de 55.
Um dos nomes já confirmados é do Professor Marcelão, de São Gonçalo do Amarante. Eleito pelo União Brasil, sigla da oposição, o mandatário anunciou que irá para o Partido dos Trabalhadores.
“Provavelmente, dia 1º a gente faça a filiação do Marcelo. Recebemos ele de um município importante, faz uma gestão de muito trabalho e dedicação, e fortalece muito o PT em uma região onde precisamos avançar ainda mais. Ali, temos Itapipoca, com o Felipe Pinheiro, agora com o Marcelão, em São Gonçalo, vamos criando um corredor avermelhando o Vale do Curu, Aracatiaçu”, disse.
Ainda conforme Conin, a prioridade do PT Ceará para o próximo ano será a reeleição dos atuais quadros do partido e a eleição de sucessores.
“No segundo bloco (de prioridades), temos os que já governamos e achamos que temos condições de voltar, porque já governamos, a população tem como comparar as gestões. Neste rol tem várias cidades, como Fortaleza, Quixadá, Crateús, Senador Pompeu”
No ranking de prioridade do dirigente petista, aparecem ainda cidades estratégicas que a sigla ainda não governou, mas tem papel importante no Estado.